sábado, dezembro 14, 2013

prensa ou pressão?


Que vida a nossa! É uma correria todos sabemos.. começamos de manhã e só paramos quando nos deitamos...
No meio de tanta tarefa, poucas são as coisas que ficam devidamente terminadas e bem feitas. 

Quando olho para esta dupla página vejo exactamente isso. 
- Um auto retrato iniciado parado no trânsito por causa de um acidente, mas que se ficou pelo olho porque os bombeiros e a polícia resolveram rapidamente a situação;
- Manchas de cor para preparar desenhos de um outro dia;
- Um cacto que queria muito desenhar até que alguém apareceu para conversar;
- Duas cabaças ainda por terminar;
- E uma prensa ali a voar...

A prensa foi a que me levou mais longe na reflexão. Que objecto pesado ali a pressionar a nossa atenção. Aquele eixo central comanda tudo, pressiona ou alivia. Basta rodá-lo. Por vezes é bom aliviar a pressão, mas, tal como na gravura, sem pressão não há resultado final. Quanto mais pressionamos melhor é a gravura, os contrastes, a definição da tinta. No entanto, se pressionarmos de mais, o desenho pode ficar danificado...
Sem pressão a prensa torna-se um objecto decorativo, algo em potência mas sem uso...

A minha prensa está bem pressionada nestes dias. Estou ansioso pelo alívio da subida...

sexta-feira, dezembro 13, 2013

sorteio desassossegado








Aqui estão os resultados! 
Acabei por sortear dois livros (é o espírito natalício...).

Fred Barreto e Maria João, enviem-me um mail para que vos possa enviar os livros por correio.

Obrigado por participarem neste mini concurso desassossegado! 

quinta-feira, dezembro 12, 2013

2º retiro de diários gráficos: 2014


Porque o primeiro retiro ficou esgotado praticamente numa semana, comecei a levantar a possibilidade de fazer um segundo no fim de semana da Páscoa. Não foi fácil garantir a casa para estes dias, mas eis que tudo se resolveu e abre-se agora a possibilidade deste 2º retiro de diários gráficos em Veneza.

Os temas são misteriosos, eu sei. Vou fazer algo que nunca fiz: desvendar um pouco...

- Como é que os vendilhões do templo se podem relacionar com o desenho? Que limpeza é preciso fazer?

- A César o que é de César implica saber o lugar de cada coisa. No desenho, saber que técnica para cada situação. Se não damos a César o que é de César podemos correr o risco de não conseguir a limpeza necessária...


E mais não posso desvendar!
Que viagem misteriosa esta que coloca as linhas pretas e desenhadas da caneta em confronto com as palavras escritas dos evangelhos... 

Estão abertas as inscrições: linhares.mr@gmail.com

Lugares disponíveis: esgotado

sábado, dezembro 07, 2013

retratos


Há qualquer coisa nos retratos que me faz ter vontade de desenhar todas as pessoas que se cruzam comigo. Aproveitar todos os momentos de pausa e de conversa. É como uma corrida contra o tempo que parece sempre fugir...
Perco tempo para outras coisas que tenho de fazer para poder desenhar pessoas, mas é sempre assim, uma escolha...

Nestes desenhos, o sobrenome é mesmo mera coincidência...

terça-feira, dezembro 03, 2013

Desassossegado fiquei...


Há projectos que nos deixam desassossegados e este é um deles.
Foi há mais de um ano que tudo começou. Ler excertos do livro e tentar (sim, porque criar imagens para palavras do Fernando Pessoa não é mais do que tentar...), ilustrá-las...

Muitos atrasos meus, fruto das reflexões que os textos me obrigavam a fazer, fruto também de conselhos que tinha de pedir a especialistas em Fernando Pessoa e fruto ainda de muitas hesitações que sentia e que me dificultavam a passagem para o papel da intensidade dos textos...

Definitivamente, desassossegado fiquei com a possibilidade de ler e reler estes textos tão poderosos de Bernardo Soares. O sentimento que tenho é simples: como é que é possível falar de algo tão denso e profundo com a simplicidade de Fernando Pessoa? Era mesmo um homem incrível...

Há tantas histórias para contar à volta destas ilustrações, mas fica aqui a da capa. Fiz mais de 10 versões diferentes e esta, curiosamente, foi a primeira. Foi necessário fazer uns pequenos acertos, mas o resultado final é bastante fiel ao original (que está pendurado em casa do Pedro Cabral).  

Recebi hoje os meus 10 exemplares e já os destinei para presentes de Natal. Um para a Helena Marques e outro para a Ana Isabel Santos com quem falei, desabafei e me entusiasmei com o génio do Fernando Pessoa. Gostava de oferecer um como presente de Natal a um dos meus poucos leitores do blogue. Se estiverem interessados escrevam um comentário neste post que farei um sorteio.

Como curiosidade, deixo aqui uma das versões alternativas para a capa.