quarta-feira, maio 21, 2014

Carnet de Voyage | Côte d'Ivoire

Está mesmo aí na calha a publicação do nosso diário de viagem à Costa do Marfim. Já pode ser comprado online com este botão. O preço é de lançamento e tem os portes de envio gratuitos até 12 de junho.

E como esta espera pelo livro está a ser muito longa, deixo aqui algumas páginas do interior como bónus. Não vou escrever muito sobre elas, mas já dá para abrir o apetite!

 primeiro separador do livro

uma das primeiras páginas, feita no dia da viagem

desenho da entrada na aldeia de Marandallah

na última semana lá, o grafismo dos desenhos mudou

o dinheiro da Costa do Marfim

domingo, maio 18, 2014

experiências


Quem tem aulas comigo sabe que gosto de usar o diário gráfico como um laboratório de experiências. Não temos de o mostrar e ele não tem de ficar perfeito para ninguém. É um espaço privilegiado para experimentar materiais e técnicas novas onde o erro pode e deve acontecer...

Quem tem aulas comigo também sabe que isto não é fácil. Não lidamos bem com o erro e gostamos que as páginas sejam "bonitas". Queremos controlar tudo e temos dificuldade em admitir que o nosso caderno tenha coisas incontroláveis...

A verdade é que destas experiências e acasos surgem sempre surpresas. Por vezes más, por vezes boas. As surpresas são sempre assim. Temos é de estar com a disposição certa para aprender com elas!

quarta-feira, maio 14, 2014

Os vendilhões do templo



Ele ensinava todos os dias no templo, mas houve um em que não aguentou mais e expulsou-os a todos. Aos vendilhões, claro! Eles estavam a transformar a casa de Deus num covil de ladrões...

Revejo-me nisto. Desenho todos os dias e cada vez sinto mais que tenho de limpar e depurar o meu desenho. Há elementos a mais, linhas a mais, confusão a mais, lixo a mais e o meu desenho torna-se, às tantas, também ele, um covil de ladrões...
É como escreveu o Tolentino: "o que nos enfraquece não é, de facto, a escassez, mas a sobreabundância (...)"

Dos dois retiros de diários gráficos deste ano, o desenho de cima foi o primeiro que fiz a partir de dois textos, um bíblico e outro publicado no Expresso.
No primeiro fui obrigado a procurar a escassez rapidamente porque o local onde estava ia fechar. Não tive tempo de fazer todo o processo de depuração como queria.

No segundo retiro já fiz o que queria. Os desenhos e o texto, esses, podem ser lidos na Pastoral da Cultura aqui.

domingo, maio 11, 2014

Pessoas da Cova da Moura

Dia inesquecível na Cova da Moura a desenhar.

O Adilson está no 9.º ano e quer seguir desporto. Falámos um pouco da escola e da área de ciências que dá para o desporto. Parece que a Matemática será o principal obstáculo...

A Zeza Preta vacilou quando lhe perguntei se esse era mesmo o nome dela. Disse-me depois: Maria José Semedo, mas todos me conhecem por Zeza Preta. Foi apanhada desprevenida, mas ficou ali a olhar-me nos olhos enquanto a desenhava com toda a coragem de quem não tem nada a temer...


A Maira Martins é irmã da Lívia Andrade. Não sei porque não têm o mesmo sobrenome. Perguntei uma, duas e três vezes, mas nenhuma delas me respondeu. Talvez tenham pais diferentes, talvez...

Com este desenho acabei o caderno de Veneza, daí estar publicada apenas a página esquerda.
Ficou muito mais interessante este caderno. Desenhos de Veneza e da Cova da Moura a conviverem lado a lado. Muito interessante mesmo...

sábado, maio 10, 2014

MAXXI Museo



Últimos desenhos da última estadia em Roma.

Há dias atrás falava no Skype com a Jessie Chapman e dizia-lhe que era uma sorte estar na Europa, onde todas as cidades são históricas e lindas para desenhar e que, sobretudo, havia cada vez mais facilidade para viajar entre elas, por causa das companhias low cost.

Tudo isto é verdade, mas Roma é Roma. Não entra nas contas. É a cidade imperial. Tudo interessa, tudo conta, tudo nos faz cair o queixo...
Não interessa se é barata ou cara. É impreterível ir, pelo menos uma vez, a Roma!

Desta última vez fui visitar o MAXXI - Museo nazionale delle Arti del XXI secolo. É arrebatador o edifício. Parece um elemento alienígena que se agarrou à arquitectura local. É brilhante (nos dois sentidos). Não é possível desenhá-lo apenas uma vez porque está sempre a surpreender. É preciso ir andando e desenhando. Impressionante mesmo...

Enfim, Roma continua a ser uma carta fora do baralho. Não há quem se lhe compare...

sexta-feira, maio 09, 2014

Desenhos que ganham asas




Nem todos os desenhos que faço têm uma finalidade objetiva. A maioria das vezes desenho só para mim, no meu caderno, sem fim algum...
Este não foi o caso. O José Avillez pediu-me para desenhar a capa da carta do Café Lisboa. As ideias eram muitas. Havia o Largo S. Carlos, o Fernando Pessoa, o eléctrico, o Eça de Queirós, a Joana Vasconcelos, o Júlio Pomar, etc, etc...
Antes de tudo isso, fui para o largo desenhar para mim, no meu caderno. Desenhei as fachadas todas para sentir o espaço como meu, ligar-me afetivamente a ele. Depois disso foi uma loucura de trabalho. Dezenas de desenhos e propostas feitas...


No final, peguei numa folha comprida e fui desenhar outra vez o largo, desta vez todo de seguida, como se se abrisse e ganhasse espaço e foi incrível como depois de tantas voltas, a solução veio ao encontro da primeira necessidade que tive quando peguei no meu caderno e fui lá desenhar...

A carta ganhou depois novos elementos e o resultado final ficou muito bem, segundo a opinião da Mary Lussiana, que escreveu no site internacional How to Spend It este artigo sobre o Café Lisboa fazendo referência à capa da carta do menu. 




(a encadernação e acabamento das cartas só podia ter sido by Laloran Sketchbooks)









Mas isto não acaba aqui. Há desenhos que ganham mesmo asas e este é um deles!
O Gabi Campanario, fundador dos Urban Sketchers, convidou-me em 2013 para participar no próximo livro dele sobre desenho de arquitectura e ambientes urbanos. Enviei vários desenhos. Ele escolheu três e este foi um deles. O livro sai em Agosto de 2014, mas já está à venda na Amazon com preço especial de lançamento. 



Há desenhos que ganham mesmo asas...
Em breve falarei de outros que também ganharam!

segunda-feira, maio 05, 2014

Freguesia + Lagoa das Furnas


Se há beleza que nos assalta a alma, ela está definitivamente nas ilhas. Não visitei assim tantas no mundo, mas os Açores têm a capacidade para nos hipnotizar com tamanha beleza. Aqui de cima, neste miradouro, sentia-me de tal maneira arrebatado que nem sabia bem como começar. Queria desenhar tudo à minha volta e não deixar nada de fora...
Quando olho para estes desenhos fico com a frustração igual à de tentar desenhar uma pessoa linda de morrer. É impossível fazer-lhe jus. No entanto, quando olho para estes desenhos, também sinto de novo a alma cheia por aquele momento de silêncio em que estive a desenhar só com a linha do horizonte lá ao fundo...
Beleza parecida só encontrei na ilha de Timor...