sábado, fevereiro 19, 2011

Diário Gráfico: Inglaterra

Desenhar pessoas durante uma refeição não é tarefa fácil:

- criam uma expectativa enorme sobre o resultado final;
- desiludem-se quase sempre com o que vêem;
- não param quietas;
- estão sempre a espreitar de esguelha para o nosso caderno;
- acham-nos estranhos por estarmos a gastar tempo nisto.

Eu começo sempre por desenhar copos, pratos, travessas, comida, até que eles pensem que só quero desenhar isso. Depois é que eles começam a aparecer nas minhas páginas...

quinta-feira, fevereiro 10, 2011

Diário Gráfico: Inglaterra

Desenho feito no Café Rouge, mesmo junto ao Canal, no coração de Birmingham.
Estava a anoitecer e já quase não se via nada...

Concentrei-me depois no que havia para desenhar dentro do café...
É engraçado como o desenho pode servir também aqui de lição de vida. Desenhamos o que está ao nosso alcance, o que não nos foge da vista, o que não está para lá do nosso horizonte. Desenhar a partir daí é sempre um exercício de imaginação...

Também é assim nas relações. Tudo é possível quando estamos frente a frente, cara a cara, olhos nos olhos. Não há que enganar. As expressões dizem tudo... sem querer tornamo-nos transparentes, autênticos e, por isso mesmo, inspiradores de confiança...

Ferramentas para nos relacionarmos além do horizonte já existem muitas (este blogue é uma delas). A imaginação ganha largueza...

Mas não é a mesma coisa... é que não é mesmo!

domingo, fevereiro 06, 2011

Diário Gráfico: Inglaterra


Em Birmingham, mesmo no coração da cidade e ao lado do famoso Bullring, está esta catedral anglicana. O frio era tanto quanto a fila de espera pela mesa onde estava sentado - o restaurante Nando's, de origem portuguesa (consta que tem o melhor frango assado de Inglaterra). Desenhei o possível. Já não houve tempo para o transepto e para a cúpula do altar-mor.

Quando olho para este desenho recordo-me do ambiente daquele dia. Do mar de gente a entrar no Bullring, os cheiros, sons, etc, etc...

Enfim... desenhar preserva-nos a memória!

terça-feira, fevereiro 01, 2011

Diário Gráfico: Inglaterra


Quando viajamos, uma das questões centrais é a diferença gastronómica.
Neste caso, as minhas ideias prévias (quem as não tem?), diziam-me que os ingleses não gostam particularmente de cozinhar, pelo que ia mentalizado para isso...

Pois é. Mas acontece que as minhas ideias prévia estavam lá bem atrás, presas no longínquo passado...
As misturas culturais levaram-me para uma riqueza incrível de paladares. Todos cozinhavam. Todos faziam parte do processo. Todos se interessavam e davam ideias.

Era esta a cozinha onde tudo acontecia. Atrás de mim, onde desenhava, estava a clássica vista para o jardim da casa. Passeavam por lá esquilos e raposas, além dos muitos pássaros.

O acto de cozinhar e de desenhar têm tanto em comum. É uma depuração, procura do essencial. É a tomada de opções. Nem sempre o produto final nos agrada mas, desde que o processo nos preencha, vale sempre a pena!