segunda-feira, dezembro 24, 2012

O Natal é como o interior de um livro

Pois é...
Já não contava escrever nada sobre o Natal, mas estava aqui a organizar os desenhos da viagem a Timor em 2009 para preparar a comunicação de dia 26 e teve mesmo de ser...

Tenho recebido muitos mails a desejar boas festas. Eu próprio tenho assinado todos os que escrevo nestes dias com esses votos. Ainda bem que não tenho facebook...
Estou farto desses mails com assinatura de boas festas...

O Natal é como o interior de um livro. 
A capa é dura e protege muito bem o interior que é precioso. Tão precioso que durante anos trabalhámos no duro para a fazer bonita. Tão bonita que uma cor só não chegava, havia que mostrar na capa o mundo colorido e feliz que estava lá dentro. Tão feliz que não havia como esperar por ler e perceber essa mensagem.
O Natal é como o interior de um livro.
A capa este ano é simples e sem adornos. Nua e crua. Verdadeira, autêntica, gasta e sem brilho. Acho que nunca vivi o Natal assim, sem dar importância à capa. 

Este ano o Natal é o interior do livro. Já não há capas que me enganem...

sexta-feira, dezembro 21, 2012

domingo, dezembro 02, 2012

Madalena


A Madalena é nova na escola e se calhar, por isso mesmo, não tirou os olhos do papel enquanto nos desenhávamos...
O exercício era sobre a verdade. Como é que colocamos no papel o que vemos como verdade? A ferramenta que temos treinado desde os 6 anos é insuficiente. A escrita pode descrever, mas sente-se sempre que falta algo. E será que o desenho pode ser um bom auxiliar? Com as suas linhas mais livres que não definem palavras mas imagens? E a cor? Se for bem construída também pode ajudar...

O que é certo é que o exercício de transpor o que vemos (e temos tanta noção de que isso corresponde à verdade), nos leva a perceber que vemos muito mal porque vemos muito rápido. 
É tudo uma grande impressão e quando queremos observar com atenção, descobrimos que andamos a desperdiçar tantos detalhes importantes...

Nesta constatação acontecem duas coisas: espanto e vergonha.
Quem se espanta alegra-se e fica com vontade de continuar a alimentar-se desta visão mais completa do que o rodeia. Depois de saborear os pormenores fica com fome e sede de mais...
Quem se envergonha baixa o olhar e pode ter medo de se confrontar com os limites da percepção visual. Sabe que o puzzle não está completo, mas não tem coragem de ir à procura das peças...

Só há uma solução: continuar sempre sem desistir!