sábado, janeiro 24, 2015

Museu do Ar


Na última vez que estive no museu do Ar não consegui terminar este desenho e desconfio que amanhã, na primeira formação organizada pela Associação Urban Sketchers Portugal, também não vou ter tempo de o finalizar...

Será uma honra fazer parte de uma equipa de formadores tão célebre, embora a Mónica Cid já não possa ir por estar quase, quase a ser mãe! 

Os Urban Sketchers Portugal estão a ser uma aventura inacreditável. Ninguém sabe que outros voos poderão ser feitos e onde tudo isto irá parar...

quarta-feira, janeiro 21, 2015

do meu corpo escalo o mundo


Foi com muita honra que recebi o convite para fazer parte de um conjunto de convidados que amanhã vão dar aulas de desenho à Escola António Arroio. As inscrições estão abertas, mas só para os alunos da escola.

Para mim será um regresso emocionante a um espaço que marcou a minha formação artística, mas também a minha vida. Espero conseguir desafiar, desinstalar, atrofiar os alunos que se inscreverem, pois o que mais quero é que alarguem os horizontes!

domingo, janeiro 18, 2015

Gesso


Cada vez que desenho um gesso lembro-me da pergunta de um professor da Faculdade de Belas-Artes: "como é que se desenha o branco numa folha branca?"

Interessante como só vemos branco quando nos armamos em obstinados. Passamos a ver além do óbvio quando perdemos a teimosia.
Para mim, o desenho é sempre um exercício de humildade. A todo o momento estou a aprender a ver, a dar-me conta das constantes novidades que, à primeira, me escapam da vista...

segunda-feira, janeiro 12, 2015

missa do galo


Este foi o meu penúltimo desenho de 2014, mas acho que o conteúdo do que ouvi ainda se aplica a 2015.

domingo, janeiro 11, 2015

Diários de viagem 2

Depois do esmagador sucesso do primeiro, o Eduardo Salavisa lançou em novembro passado, o segundo livro com o mesmo tema: Diários de Viagem 2 - desenhadores-viajantes. Escolheu novos e antigos autores segundo o único critério de habitarem a península ibérica. Eu e a Ketta tivemos a honra de ser convidados a participar e, entre tantas viagens possíveis, escolhemos a cidade de Roma como nosso contributo para o livro.


Com um desenho da Inma Serrano, a capa é linda de morrer. O formato é igual ao primeiro livro, mas a lombada e os cantos cremes passaram a verde.


As duas guardas do livro têm um mapa mundo com a localização das viagens de cada autor. Haveria melhor forma de iniciar a aventura?


São trinta as viagens para ler, ver e saborear. É um livro para ir lendo consoante nos apeteça ir para África, Ásia, não sair da Europa ou ir para a América.


Sempre gostei muito dos textos do Eduardo. É sempre algo imprevisível não perdendo a objectividade. Sabe do que fala e não se perde em divagações. A introdução dele vale mesmo a pena.


Eis as páginas da nossa viagem a Roma. Logo a seguir ao nosso texto, aparece este desenho da Ketta. O texto, esse, começa assim:

Esta não é a história de uma viagem. Desengane-se quem pensa que uma ida a Roma é suficiente para o quer que seja. Não é. Fica-se sempre aquém de tudo. A escala da cidade é esmagadora e passamos mais tempo a tentar apanhar o queixo do chão do que a encaixar verdadeiramente o peso histórico da cidade.


Em cima do lado esquerdo aparecem pequenos desenhos feitos no fórum romano, coliseu e a coluna de trajano. Do lado direito, uma abordagem alternativa ao panteão.
Em baixo, do lado esquerdo, o coliseu desenhado pela Ketta. Do lado direito, três desenhos num só feitos na praça de espanha.


A nossa colaboração termina com mais estes quatro desenhos:
O MAXXI, uma vista panorâmica de Roma, as catacumbas e os museus do Vaticano.


O mais positivo: o livro enquanto objecto, com capa dura e um conteúdo monumental.
O que podia estar melhor: embora seja grande a dificuldade em paginar desenhos feitos em cadernos com dimensões muito diferentes, alguns desenhos poderiam estar maiores, pois havia espaço para isso.

É, portanto, um excelente livro para constar na biblioteca. Pode ser adquirido diretamente no sítio da Quimera aqui.
Boas leituras!

quinta-feira, janeiro 08, 2015

Jean Cabut e Michel Renaud


Ainda em estado de choque, aqui fica a fotografia dos premiados em Clermont-Ferrand, onde aparece o Jean Cabut, do lado esquerdo, com polo azul escuro e camisa azul claro, o único que parece não dar importância ao prémio que acabou de receber, enquanto conversa com o Michel Renaud, diretor do festival que também foi assassinado em Paris.
Nem tenho coragem de ir procurar mais informação sobre o assunto para não me assustar. A associação IFAV, que organiza o festival de diários de viagem mais importante do mundo, está de luto.

Je suis aussi Charlie, évidemment.

Je suis Charlie


Em novembro passado conheci o Jean Cabut (aka Cabu), no festival de Clermont-Ferrand. Ganhou um prémio especial do júri por uma edição que juntava desenhos de várias viagens. Em conversa com o Lapin, ele dizia-me que era mais do que justo este prémio ao Cabu por toda a carreira como cartoonista. Em cima está a dupla página de destaque no catálogo da feira.

Hoje, cansado depois de horas intermináveis de trabalho, no final do dia, ao ligar a rádio, percebi que algo se tinha passado em Paris. Ouvia o jornalista Paulo Dentinho dizer em directo que conhecia um dos que tinha perdido a vida e que, por isso, a dor era maior. Quando cheguei a casa procurei as notícias e percebi que o Cabu tinha sido um dos 12 assassinados do jornal Charlie Hebdo...


É por isso que nos próximos tempos vou usar este pin.

segunda-feira, janeiro 05, 2015

The Urban Sketcher book

O Marc Holmes editou, no final de 2014, este livro. Recebi-o e estive a ler nestas últimas semanas as propostas de exercícios e a forma como ele desvenda o seu método de trabalho. Decidi colocar aqui um post porque fiquei muito agradavelmente surpreendido com a qualidade do livro!


O título da capa diz tudo: o desenhador urbano, técnicas para ver e desenhar in situ.


O livro divide-se em três capítulos: um sobre o uso da grafite, outro sobre desenho a caneta e tintas e outro sobre aguarela.


Gostei muito desta introdução sobre o que é o urban sketching. O discurso é direto e simples, sem grandes arabescos literários.


Não imaginava que me identificasse tanto com a forma como ele explica o uso dos materiais, técnicas para despistar erros de visualização e como encoraja perante as possíveis dificuldades ou erros.


Decidi escolher um exercício por capítulo. Neste, a estratégia é ir do geral para o particular, procurando sempre as zonas de sombra para trabalhar a mancha. O resultado final é sempre bom!


Como eu prefiro sempre desenhar a caneta, este é o meu capítulo preferido.


Aqui, a linha bem solta, mas com a certeza de traço é o ponto forte do exercício. No final, como se vê, são acrescentados os contrastes mais evidentes com mancha a negro.


O capítulo sobre aguarela é um verdadeiro deleite para os olhos. As propostas que ele apresenta são excelentes!


Todos os exercícios são muito bons, mas o que se destaca é o modo como são mostradas as diferentes fases do desenho até chegar ao resultado final. O segredo é igual em qualquer parte do mundo: começar pelos tons mais claros e terminar com os mais escuros.


É muito agradável encontrar desenhos de Lisboa num livro editado no Canadá! 


Este é, definitivamente, um dos melhores desenhos que conheço feitos pelo Marc Holmes. A composição é linda e é possível ver o processo de trabalho aqui.


Resumindo:
O mais positivo: todo o conteúdo e o discurso simples e direto.
O que podia estar melhor: ter capa dura (não é bom para vender online, mas é tão bom para quem compra!)

Como é um excelente presente para nós próprios ou para oferecer a alguém, deixo aqui a imagem com o link directo para a Amazon:

domingo, janeiro 04, 2015

Jerónimos



Nesta sessão da letra jota do Alfabeto Lisboeta, era impossível não ir desenhar os Jerónimos. Os resultados foram positivamente surpreendentes com o primeiro exercício. No segundo, que nos colocou de pescoço levantado a olhar para o teto e logo para baixo para o caderno, as maiores dificuldades foram as dores de pescoço...