sexta-feira, julho 22, 2016

New York City: view from the hotel room


A adrenalina de estar em Nova Iorque era mais que muita! Tenho sempre a sensação que o meu inglês chega enferrujado aos Estados Unidos e fica sempre melhor na altura de voltar... 

Cheguei ao final da tarde, telefonei à Elizabeth Alley e fomos jantar juntos a um restaurante mexicano (ou seria espanhol?) que estava a rebentar de gente. Esperámos uma eternidade por uma mesa à entrada, naqueles corta vento. Falámos imenso ali mesmo... ao frio. 

No dia seguinte começava a nossa maratona de reuniões e não havia tempo a perder. Acordei cedo, abri as cortinas da janela do Double Tree by Hilton e comecei um projecto que fazia sentido na minha cabeça na altura: um português, com uma técnica asiática, a desenhar em Nova Iorque.

Tenho a sensação que estes desenhos ainda vão sair do caderno para outra coisa qualquer...

quarta-feira, julho 20, 2016

Nós e os cadernos


Este fim de semana vou estar em Esposende a convite do Tiago Cruz, para participar no evento Nós e os Cadernos. O encontro promete!

Eu e a Ketta vamos fazer uma comunicação intitulada: O caderno como instrumento de ensino
Iremos falar dos desenhos que fazemos só para ensinar alguma coisa. Aqueles desenhos que não faríamos sozinhos, só por nós. Aqueles desenhos que fazemos para mostrar a alguém, para explicar alguma coisa...

É exactamente esse o caso desta dupla página. Nunca faria estes retratos a lápis de grafite se fossem só para mim, mas, neste caso, queria explicar que a mina de grafite nos permite fazer diferentes intensidades e espessuras de linha. Que a linha mais intensa sugere sombra e a mais leve sugere luz.
Queria ainda mostrar que o fundo mais escuro ajuda no contraste da zona mais iluminada do rosto e, por isso, é que tem um lado mais intenso e outro mais claro.

Nada disto seria assim se desenhasse estas pessoas numa esplanada de café. Os desenhos estão no meu caderno, que é privado, mas são desenhos para mostrar, para ensinar, para partilhar, estando, portanto, no domínio da esfera pública.

Promete este fim de semana em Esposende. Tantas comunicações e tão boas. Apareçam!


terça-feira, julho 19, 2016

50 anos de aço sobre o Tejo

No passado sábado houve um encontro de diários gráficos organizado pelos USkP, em parceria com as Infraestruturas de Portugal, para desenhar a Ponte 25 de Abril. O motivo era simples: a 6 de agosto celebram-se 50 anos daquela gigantesca obra de engenharia americana sobre o nosso rio Tejo.




Tinha ficado com a ideia que se ia subir ao pilar Norte da ponte, mas afinal não havia autorização para isso. Ficámo-nos pelas bases de amarração que são uns blocos de uma beleza incrível. 
Em conversa com o Eng.º Pedro Abegão fiquei a saber que um dos engenheiros americanos que cá esteve em 1966 fez um diário. Está numa Universidade da Califórnia. Provavelmente tem desenhos e seria lindo recuperá-lo para o museu que vai nascer nesta zona no próximo ano. Vi o projecto. Vai ser formidável!


A escala é monumental, mas sentia-me a desenhar brinquedos para o Matias! :)


Da parte da tarde fomos para a margem Sul e ficámos espalhados pela pequena estrada que passa por baixo da amarração Sul. A vista era incrível e as toneladas de aço por cima de nós também...
Desviei-me um pouco para a direita, coloquei-me à sombra e fiz duas tentativas da vista da ponte. Nada contente com o resultado fui ter com o Mário Crispim e desenhei a mesma vista dele, mas queria apanhar a estrada...
O Eng.º José Costa Nunes está responsável pela obra do Museu (na margem Norte). Pedi-lhe para o desenhar e a páginas tantas:
- Então e não é possível ir desenhar num dos pilares da ponte? 
- Não é impossível... - e antes que acabasse de responder:
- Vocês vão lá muito frequentemente? - perguntei eu.
- Duas a três vezes por ano. Mas olhe, fale com o Nélson que depois tentamos arranjar isso.
- Ok, assim farei. - e lá continuei o desenho.



Na parte final, com tanta máquina linda para desenhar por ali, atirei-me a esta bomba de água de 1929. O Filipe Almeida estava lá dentro a desenhar uma motorizada e depois juntou-se a mim quando comecei a desenhar o edifício das IP. Estava tanto calor que disse ao Filipe:
- Este espaço lembra-me a África Colonial. Muito calor, muita vegetação, o edifício rasteiro... sinto-me em África...

segunda-feira, julho 18, 2016

Alto contraste


O Exame Nacional de Desenho A de 2016, na 1ª fase, tinha um exercício que pedia o uso da tinta da china em alto contraste. A maioria dos alunos misturou-lhe água (como tantas vezes se faz), para ganhar tons cinza intermédios e ajudar na volumetria, mas, como o enunciado pedia alto contraste, quem não utilizasse apenas o branco e preto seria classificado com zero pontos num dos três critérios de avaliação. Há que ler o enunciado com atenção.

Na semana passada vi o exame de uma aluna que ia pedir reapreciação. Era de outra escola. 
Neste exercício, ela também diluiu a tinta da china, pelo que foi penalizada, mas qual não foi o meu espanto ao constatar que nos outros dois critérios ela também tinha sido classificada com zero valores quando o desenho respeitava (até com bastante qualidade) tudo o que era pedido! Exame mal avaliado. Só neste exercício, facilmente subia 3 a 4 valores...

Não consigo entender o que se passa com alguns professores examinadores. Só vejo uma solução: se temos de avaliar desenhos com tinta da china, então temos de desenhar com tinta da china, passar pelas dificuldades, errar, acertar, insistir, penar. Só assim conseguiremos ser justos a classificar.

quarta-feira, julho 13, 2016

E o futuro?


Afinal não vou partilhar todos os desenhos que estão no hotel do Funchal do Cristiano Ronaldo. Não dá...

Partilho o último, aquele que está virado para o futuro! 
Como se termina uma sequência de desenhos em torno da vida do CR7? O céu é o limite, claro, mas e fazer isto de forma a mostrar um futuro audacioso, risonho, cheio de sucesso? Optei por ele a abraçar a vida de empresário em contexto citadino, de grande escala, cheio de projectos a roçar o céu... que é o limite dos gigantes!

segunda-feira, julho 11, 2016

Portugal campeão europeu


Este desenho também está no hotel do Cristiano Ronaldo no Funchal. Assinala a atribuição da Ordem do Infante D. Henrique (que já recebeu duas vezes).
Hoje, quando a seleção campeã europeia chegar a Lisboa, todos os jogadores vão receber a Ordem de Comendador pelas mãos do presidente da República.

Que loucura! Portugal é campeão europeu de futebol!!!

domingo, julho 10, 2016

Aqueduto de Águas Livres


Desenho de 2016, galho e tinta da china, no workshop do Kiah Kiean.


Desenho de 2015, caneta Uni Pin 0.1, para o livro de Fernando Pessoa: Lisboa, o que o turista deve ver, edição Centro Atlântico.

sábado, julho 09, 2016

Quinta do Mocho


Muitos não sabem, mas, durante 6 anos, eu e a Ketta fizemos voluntariado no Bairro do Zambujal. Ensinávamos a tocar viola às crianças e adolescentes. Não era fácil porque eles não tinham guitarra em casa para praticar, pelo que só uma vez por semana é que tocavam...
Uma irmã da Ketta (que agora é professora na universidade de Birmingham) e a madrinha do Matias davam aulas de alfabetização para adultos (cabo-verdianos e portugueses). A tese de mestrado de que falei aqui há uns dias era exactamente sobre isso: ensinar português como língua não-materna a quem não sabe ler e escrever.

Desde 2011 que deixámos de ter disponibilidade para ir ao bairro do Zambujal, mas temos lá amigos para a vida. Às vezes falamos ao telefone, matamos saudades e quando nos vemos é uma festa!

Por isso, ir desenhar à Quinta do Mocho foi um reavivar de memórias. Que lindo projeto artístico que eles têm. Dá vontade de replicar aquilo em todo o lado...

quinta-feira, julho 07, 2016

Pestana CR7 Funchal


E Portugal está na final! Hoje os portugueses terão um dia feliz, bem disposto, "p'ra cima"! Em todas as tascas vamos assumir-nos para ganhar a final, dizer que somos os melhores, mais coesos, a defender bem, a atacar com frieza...
Lembro-me muito bem do entusiasmo que houve no Euro2004. Fui voluntário e estive em todos os jogos da seleção em Lisboa. Era uma loucura e aquela final foi perdida sem sabermos como...
Agora será diferente!

Tal como prometido, publico mais um desenho que fiz para o hotel Pestana CR7 no Funchal. Se o outro era dedicado à seleção, o tema deste era o Real Madrid.

Foram dez desenhos ao todo, cada um sobre um momento da vida do nosso Cristiano Ronaldo, o melhor jogador do mundo!

terça-feira, julho 05, 2016

IPO :: leilão


Há uns meses valentes, os USkP responderam ao convite do IPO e fomos lá desenhar. Houve ainda o desafio de oferecermos um desenho para se fazer um leilão sendo o valor recolhido oferecido integralmente a eles. Nesse encontro fiz apenas dois desenhos: este para o leilão e um outro que está no caderno e por lá vai ficar.

O encontro foi em janeiro. Está na hora de se fazer o leilão porque toda a ajuda conta!

sábado, julho 02, 2016

Pestana CR7 Funchal


Quando recebi o convite fiquei mesmo muito honrado. O melhor jogador do mundo queria 10 desenhos meus em todos os quartos do seu novo hotel do Funchal, uma parceria com o grupo Pestana de nome Pestana CR7 Funchal.

Vamos lá a isso. Quanto maior a pressão, melhor me saem as coisas. Fiz os dez desenhos a tinta da china e foram depois reproduzidos com uma técnica inovadora de acrílicos.

Sei que não era suposto revelar os desenhos, mas agora que Portugal chegou às meias finais do Europeu, achei que não fazia mal desvendar um deles; o que dediquei à seleção nacional. 
Se passarmos à final, mostro mais um. 
Se formos campeões, saltam todos cá para fora!!

Vamos lá Portugal!!!

sexta-feira, julho 01, 2016

Back to Lisbon


É sempre bom regressar a casa. Por muito que se goste do local onde estamos, sabe sempre bem regressar. A viagem foi longa, muito longa, mas quando se regressa com as baterias carregadas, sentimos que podemos dar conta de milhares de tarefas, que nos podem pedir tudo, estamos prontos para arregaçar as mangas e fazer o que há para fazer, get things done, como dizem os americanos! 



Descolar de Díli pela segunda vez deixou em mim o sentimento que lá havia de voltar. Hoje não sei. A vida dá tantas voltas que é mesmo um mistério o que pode acontecer...

Em 2009 filmei a aterragem e editei depois com uma música timorense. Não há segundas oportunidades para viver bem cada momento. Desenhar, escrever, fotografar, filmar, são auxiliares que me ajudam a preservar melhor essas memórias.


O Sudeste Asiático é isto: ilhas paradisíacas no meio do oceano! Que outra melhor ideia podemos ter da nossa vida senão esta mesmo: um paraíso a ser descoberto constantemente? Quando damos conta, aparecem pequenas maravilhas à nossa frente. Quando pensamos que já encontrámos algo valioso, há que recomeçar de novo, voltar a estar atento e olhar para tudo como se fosse a primeira vez...
Tem sido essa a lição que tenho aprendido com as minhas viagens. Quanto mais as faço, mais pequeno me sinto, mais humilde me sinto, mais encantado com o dom da vida me sinto, mais habitante de um planeta sem fronteiras me sinto.