quinta-feira, janeiro 27, 2011

Diário Gráfico: Inglaterra

Desde que tive uma cadeira na faculdade chamada Estudos Culturais, fiquei com curiosidade em conhecer a Universidade de Birmingham. Berço dos estudos pós-colonialistas, quis adiantar-se no tempo e estudar os efeitos da descolonização africana. Muito interessante o tema!

Quando procurei esse Departamento para ver in loco onde tudo tinha começado, deparei-me com a triste verdade das Universidades contemporâneas: por falta de viabilidade financeira do projecto, tinha encerrado portas.

É para aqui que caminhamos academicamente: o que é rentável, mesmo com pouco interesse, é o que permanece. Tudo o resto cai perante o mecanismo económico em que estamos entranhados...

segunda-feira, janeiro 24, 2011

Diário Gráfico: Portugal


No dia 20 de Dezembro estava um trânsito horrível em Lisboa. Não se andava nada mesmo! A situação seria desesperante se não tivesse tido a oportunidade de colocar em prática as experiências do meu amigo Zé Louro. Desde que o ouvir falar de desenhos no trânsito, e vi os que ele fazia, que estar parado em semáforos ou no pára-arranca nunca mais significou a mesma coisa.
O stress não é aquilo nunca andar, mas exactamente o oposto: "isto está sempre a andar" - digo eu chateado - "assim não consigo desenhar"!

Quem disse que o desenho não muda o nosso estado de espírito?
"Quem disse que o desenho não é uma actividade radical?" - esta frase é dele.

sexta-feira, janeiro 21, 2011

Diário Gráfico: Itália


Logo no primeiro dia, era imperativo ir à Praça S. Pedro. Ainda estava lá o presépio internacional e o pinheiro. Embora fosse dia, o ambiente era bem tranquilo. Haviam algumas pessoas por ali, mas nada comparado com os turistas do Verão.

Encostei-me confortavelmente a um daqueles pilaretes de pedra que separam a praça da estrada e comecei o desenho. Linha a linha, do lado esquerdo para o direito. Além de não ver bem as esculturas, não tive coragem de desenhar tamanhas obras do Bernini. A quantidade é verdadeiramente impressionante! Como é possível alguém ter feito tanta obra com tanta qualidade?

Os 45 minutos ali a desenhar levaram-me numa viagem histórica, pessoal e espiritual....
E mais não digo... fica comigo...

sábado, janeiro 01, 2011

Fotografia: Inglaterra



Vitral da 50 High Brow St., Birmingham



2011 abre com a partilha de 13 dias em Birmingham.

Temperaturas baixas, neve, gelo and so much british accent...

Sabem aquela Inglaterra que aprendemos nos livros da escola, com os senhores de chapéu, toda a organização, pontualidade e pele branquinha? Continua lá, mas não está sozinha. O mundo inteiro está lá misturado! O mesmo mundo que mistura Lisboa é o mundo que mistura Birmingham. A única coisa que muda são os ingleses!

Com tanta mistura, temos tendência para ver tudo desfocado.
De repente, damos por nós a ver sair paquistaneses de casas vitorianas do início do séc. XX. Nas ruas cruzam-se pessoas de origens indefinidas, nascidas cá e lá. Somos atendidos por alguém atrás de uma burca e vemos uma cultura emergente e totalmente inovadora a querer fazer a sua história.

Ver desfocado é a maior desgraça que nos pode acontecer. É não perceber que o mundo já mudou. É não perceber que há um mundo e há pessoas que nele habitam por direito próprio, sem preconceitos, sem fronteiras, sem british accent...
Apenas pessoas e o mundo!