domingo, março 12, 2017

São Roque

Estou a orientar, desde Outubro, um curso de desenho avançado em São Roque. Os alunos são desafiados a percorrer três módulos que são uma metáfora cronológica da vida do santo, desde o nascimento à sua morte, os tempos de culto e a zona expositiva da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.


O primeiro módulo focou-se apenas nos anos de vida de São Roque. A tinta da china diluída e desfocada servia de base para o aparo.


Não teve uma vida fácil o Santo. A determinado momento refugiou-se numa floresta para não pegar a peste a ninguém...


Pensei que ia desenhar mais com uma turma avançada e completamente autónoma no trabalho, mas a verdade é que é muito mais difícil partir a pedra conceptual do que a técnica. As ideias desenvolvem-se discutindo. Passei meses sem conseguir desenhar em São Roque até à semana passada onde o altar das relíquias e o trabalho do João Mega me serviram de inspiração. Sim, ele fez um desenho incrível a tinta da china assim parecido com este. E sim, é impossível não me sentir inspirado por um trabalho tão excelente como o que ele está a fazer lá em São Roque.


Como se não bastassem todas as segundas feiras à noite passadas em São Roque, na terça feira de Carnaval, lá estava eu de novo a desenhar.

Tem sido um curso incrível, com resultados muito inesperados. Amanhã faremos a última aula do segundo módulo e depois avançamos para a parte final do curso. Desafios ainda maiores esperam por nós...

2 comentários:

Filipe Pinto disse...

Tem sido enriquecedor ter a oportunidade de desenhar neste local e um grande desafio encontrar um fio condutor para o trabalho desenvolvido.

Mário Linhares disse...

E estás a ir muito bem, Filipe! ;)