A minha mãe merece aqui uma referência. Sempre atenta e empenhada para o meu bem e da minha irmã.
João Paulo II também merece aqui uma referência. Ele foi o meu papa. Não vivi o anterior e a imagem forte que tenho da igreja é a dele. Era um papa diferente, definitivamente.
Amanhã nem devo conseguir estar com a minha mãe, nem vou ver as celebrações de beatificação pela televisão. Vou estar em viagens. Umas curtas, outras longas, outras ainda, conceptuais.
É mais fácil desenhar quando viajamos fisicamente, mas tudo é uma viagem...
A relação com a minha mãe é uma viagem bonita...
A relação com o cristianismo é uma viagem lindíssima...
A relação com o mundo é uma viagem a desenhar quotidianamente!
sábado, abril 30, 2011
terça-feira, abril 26, 2011
Diário Gráfico: Portugal
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Depois de procurar, encontrei e desenhei estas duas janelas cheias de flores. São os únicos elementos que restam do mosteiro original do séc. XII.
É incrível pensar no que estas janelas já assistiram naquele claustro. Conversas, cânticos, silêncios, discussões, chuvas, geadas, olhares...
Pensar nisto faz-me ter respeito pelo que observo. Dar a dignidade no desenho do que representa a realidade. É a história a falar através do meu olhar. Que peso...
...
O Zé Louro também as desenhou aqui.
sábado, abril 23, 2011
Vídeo: Portugal
Este claustro pedia tudo! A nossa presença, o nosso olhar, os nossos desenhos, a nossa tranquilidade, o nosso saber desfrutar, o nosso silêncio...
Mas também nos dava tudo! Enquadramentos, calor, luz, sombra, posições, azul, torres, sinos, silêncio...
quinta-feira, abril 21, 2011
Diário Gráfico: Portugal
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O studium e o punctum são ideias do Roland Barthes que foram aproveitadas para o retiro de diários gráficos em Vila Viçosa, mas antes ainda tomámos por referência o discurso de S. Paulo em Atenas. Depois de tão belas, preparadas e eruditas palavras, não houve assim tanta gente que lhe desse atenção, pelo que decidiu por mãos à obra e dar valor aos actos em detrimento das palavras.
Foi isso que fizemos. Deixámos a teoria e fomos desenhar procurando coisas muito específicas.
O meu punctum deste desenho é o sacrário esférico lá ao fundo - elemento central desta igreja que, nem nesta perspectiva mais lateral, perde a sua importância.
Daqui podíamos partir para o studium e o punctum da nossa vida... mas isso terá de ficar para um nível II do retiro de diários gráficos!
quarta-feira, abril 13, 2011
Diário Gráfico: Portugal
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Ficaremos no seminário de S. José, mesmo em frente ao Paço Ducal, onde está esta escultura equestre de D. João IV, tão apetecível como difícil de desenhar. Este desenho demorou-me 25 minutos a fazer. Podia ter continuado, é certo, mas estava calor e apetecia-me ir desenhar outra coisa. Desde que ouvi a resposta do Eduardo Salavisa à pergunta "como é que escolhe o que desenha?", que fiquei mais descontraído em abandonar os desenhos quando começo a ficar cansado. É que às vezes custa ficar em pé, ao sol, à chuva, ao frio, no chão. Desenhar implica perseverança e fidelidade e isso nem sempre é fácil. Por isso é que "desenho o que me apetece", enquanto me apetece...
Por isso é que estou tão entusiasmado em passar 3 dias a desenhar. As escolhas e decisões serão sempre à volta do desenho, sem mais nada para ocupar a mente.
Retirarmo-nos do nosso quotidiano e entrar num mundo à parte por 3 dias é sempre algo especial... é sempre um exercício espiritual...
E não é isso que acontece no nosso dia-a-dia? Saímos de nossa casa rumo ao mundo do trabalho, dos estudos, ou de outra qualquer realidade. De um mundo para o outro e não tenho a certeza de qual tem mais valor. Se o local de partida, se o de chegada, ou o percurso entre os dois. O acaso e as possibilidades acontecem em todo o lado. Basta estarmos atentos! E termos o diário gráfico para os registar...
quarta-feira, abril 06, 2011
Diário Gráfico: Portugal
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Está fechada ao público. Não tem bancos, nem sacrário ou outras coisas habituais que as igrejas têm. Resta apenas uma coisa, o silêncio. E esse é tão puro ou mais que nas outras.
Neste dia, estive ali dentro cerca de uma hora a desenhar com outras pessoas. Uma hora em silêncio activo, visual, de registo. As palavras não valiam nada ali. Só o olhar, o cérebro, a mão e a caneta.
É preciso uma autorização especial para entrar nesta igreja. Afinal de contas, está ali sepultada toda a linhagem dos duques de Bragança.
Espero, e acho que será possível, repetir esta experiência num dos próximos dias 15, 16 e 17 de Abril.
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