Ele ensinava todos os dias no templo, mas houve um em que não aguentou mais e expulsou-os a todos. Aos vendilhões, claro! Eles estavam a transformar a casa de Deus num covil de ladrões...
Revejo-me nisto. Desenho todos os dias e cada vez sinto mais que tenho de limpar e depurar o meu desenho. Há elementos a mais, linhas a mais, confusão a mais, lixo a mais e o meu desenho torna-se, às tantas, também ele, um covil de ladrões...
É como escreveu o Tolentino: "o que nos enfraquece não é, de facto, a escassez, mas a sobreabundância (...)"
Dos dois retiros de diários gráficos deste ano, o desenho de cima foi o primeiro que fiz a partir de dois textos, um bíblico e outro publicado no Expresso.
No primeiro fui obrigado a procurar a escassez rapidamente porque o local onde estava ia fechar. Não tive tempo de fazer todo o processo de depuração como queria.
No segundo retiro já fiz o que queria. Os desenhos e o texto, esses, podem ser lidos na Pastoral da Cultura aqui.
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