Sereníssima, 12 de abril de 2014
Estar a ultimar detalhes sobre o retiro de diários gráficos em Turim, levou-me a um saudosismo atroz do retiro de Veneza...
A César o que é de César era o tema deste exercício. Pelo resultado parece um pouco óbvio, mas tentar distinguir o que é de quem ou o que pertence a quem não é um exercício fácil...
Olhar para esta dupla página é recordar a Ketta, a Estela Cameirão e o Miguel Franco. Enquanto tudo corria de uma lado para o outro, havia que permanecer, fixar-se, distanciar-se, para nos darmos conta do que nos envolvia e passava por nós fugazmente.
Há que saber parar...
A paixão do desenho levou-nos a um dos exercícios mais dolorosos do retiro. Estar dentro da basílica de s. marcos a desenhar e a experimentar a dor foi mesmo inesquecível, sobretudo para quem nos via dois a dois e pensava que estava a acontecer uma performance.
No segundo grupo, fomos proibidos de desenhar lá dentro...
Sentados mesmo junto às gôndolas, a recuperar da dor de dentro da basílica, havia aqui tempo para descansar e desenhar esta entrada maravilhosa para a piazza di s. marco.
Ficou pequeno o desenho, mas era esse o objetivo. Só não ficou um pouco mais à esquerda como deveria ter ficado, mas é assim mesmo que acontece sempre. Não há obras perfeitas, temos sempre algo a melhorar. O importante é fazer, para errar e aprender com os erros.
Amanhã, em Turim, mais erros serão provocados. Vamos ver se conseguimos aprender com eles...
1 comentário:
Belos desenhos numa cidade que também me emocionou.
Uma surpresa ver um deles a grafite.
Muito bom rever os desenhos e vir à memória todas as emoções, cheiros, sons e isso ficar subentendido nos traços e nas cores.
Boa viagem e bom retiro. Um abraço.
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