segunda-feira, agosto 14, 2017

Florence: Ponte Vecchio



Uma ponte é uma das obras mais geniais da humanidade. 
Perante um obstáculo difícil de ultrapassar, fazemos pontes. 
Não lutamos contra as correntes do rio. Nem sequer precisamos ensopar-nos. Passamos por cima!

Mas há quem não goste de fazer pontes. Prefere ir pelo caminho mais difícil e provar que sozinho tem mais força que a corrente do rio.

A ponte é característica de excelência do diplomata. 
Se há um rio a dividir-nos, um rio que leva os argumentos com a mesma força que leva a água, a ponte é o sinal de inteligência que encontra os melhores pontos comuns entre um lado e outro para nos entendermos.

Embora tudo isto seja evidente, a verdade é que quando olho para esta Ponte Vecchio em Florença e a vejo cheia de pequenas construções e casinhas de comércio, dou-me conta que ela tem ainda mais significado do que imaginava. Tem sobre ela aquilo que nos caracteriza de um lado e do outro: algo que construímos para nos abrigarmos. Esta ponte deixa assente que só podem existir pontes pelo que nos une e nunca pelo que divide.

Engraçado como o desenho também serve de ponte. Coloca-nos a falar com desconhecidos. Levanta a curiosidade de crianças e adultos. Estabelece um contacto inesperado e fácil onde parecia existir um oceano a separar-nos. O caderno como ponte poderia ser um bom tema de dissertação...

5 comentários:

L.Frasco disse...

Desenhos e reflexão de arromba!!
(que caneta sépia é essa? Lamy com tinta? ou é a graphik?)

Mário Linhares disse...

Obrigado Luís.
A ponte é uma excelente metáfora! ;)

A caneta sépia é mesmo uma graphik normalíssima. :)

Henrique Vogado disse...

Belos desenhos e grande reflexão! O desenho é muitas vezes a ponte para o contacto com estranhos, para desbloquear uma situação... Um prazer revisitar Florença mas por outro olhar. Bela viagem!

Mário Linhares disse...

Obrigado, Henrique.
É bom saber que lês este blogue! :)

Isabel Alegria disse...

Gosto muito destas tuas pontes e adorei o pensamento de que só podem existir pontes pelo que nos une e nunca pelo que nos divide.
A divisão pode criar prisões, o que por vezes nos prende ao outro mas não alimenta, não gera um movimento de vida, como o fazem as pontes.
Fizeste-me começar a pensar as pontes em muitos outros sentidos...