Estava um frio de rachar na Coreia e o gelo no chão, ao derreter, acabava por transformar o pó da terra em lama.
Este processo fascina-me:
- Se nós formos como o gelo, ao derretermos, acabamos sempre por transformar o que nos rodeia...
- Se nós formos como o pó da terra, se não tivermos quem nos proteja ou transforme, corremos o risco de sermos levados pelo vento para outras andanças...
- Se formos o gelo, podemos estar a proteger alguém que precisa, mas para isso corremos o risco de sermos pisados... ao ponto de nos entregarmos totalmente... (não é só assim que entramos mesmo na vida das pessoas?)
- Se formos o pó transformado em lama, as pisadelas vão deixar marcas mais profundas. Mas não lhes resistimos melhor? Até lhes fazemos deslizar as solas...
Estar na lama é sempre uma oportunidade de nos reconstruirmos, de nos reencontrarmos, de perceber quem nos transformou...
Estar na lama é mostrar as cicatrizes. É ser forte porque assumimos que estamos fracos! E é só a partir das nossas fraquezas que conseguimos superar-nos, transcender-nos.
Eu preciso dessa transcendência esta semana. Preciso da força do Hércules e da sabedoria de Platão...
... preciso da lama...