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terça-feira, abril 14, 2015

Barcelona - extra


Tinha ficado este desenho de fora das publicações, mas ele tem que se lhe diga: com uma média de 17 kms a pé por dia, muitas foram as paragens nos semáforos vermelhos das passadeiras. Só no último dia (talvez por já estar em rotação de desenho elevada) é que comecei a aproveitar esse tempo perdido e a desenhar enquanto esperava o sinal verde. 
A situação era quase anedótica mas, aos poucos, os alunos à minha volta foram tirando os cadernos e acabaram por fazer o mesmo...
... o desenho contagia. É mesmo um facto!

sexta-feira, abril 10, 2015

Barcelona

(publicado nos urbansketchers.org)


4.º dia 


Nunca pensei levar tantas cotoveladas e empurrões no mercado da Boqueria. Do meu lado esquerdo estava a Mercedes a desenhar a outra parte da banca que depois deveria encaixar (e bater certo) com o meu desenho. Começámos pela mancha procurando definir as zonas de cada fruta. A linha iria dar o pormenor que a mancha não tinha conseguido dar...


Neste dia almocei muito bem mesmo. O Lapin recomendou um mercado que tinha aberto há muito pouco tempo e as tapas que comi serviram para ficar rendido em definitivo à comida catalã!
Logo depois, o Museu Picasso esperava por nós. Estava uma multidão e não era possível entrar de imediato, pelo que me refugiei num recanto...


Lá dentro, como é óbvio, a minha atenção prendeu-se nos desenhos. Deambulei para escolher um. Os da fase mais jovem dele são muito apetecíveis, mas tinha dito a mim mesmo que quando encontrasse um que fizesse o clique, parava e começava a desenhar, mesmo que isso implicasse não ver o resto da exposição. E assim foi. Este desenho dele tem qualquer coisa de especial. A legenda era "o louco", a posição das mãos, genial, e a dedicatória, simplesmente enigmática...

Se estivesse a conversar com o Roland Barthes, diria-lhe que este desenho foi o meu punctus da exposição.

quarta-feira, março 25, 2015

Barcelona

2.º dia


O segundo dia começou com uma visita à casa Milà, mas esse desenho foi oferecido e não fiquei com nenhum registo dele...
Caminhámos de seguida para a Sagrada Família e a minha página mostra bem o sentimento de absorção e dificuldade em trazer para o caderno o quer que seja...


Depois de almoço seguimos a pé para o Park Güell. Quando lá cheguei só queria descansar...
Pão com queijo e tomate serviram para recompor as forças e lancei-me neste amontoado de partes do parque. A única coisa que gosto são as letras e os dois símbolos geométricos que estavam em azulejos...


À noite, durante o jantar, fiquei em frente a uma das alunas. Desenhar pessoas bonitas é mesmo difícil. Como não fiquei contente fiz várias tentativas a lápis de grafite, mas não era mesmo a noite...

E do 2º dia só tenho mesmo estes 3 desenhos comigo...

domingo, março 22, 2015

Barcelona

 1.º dia


Quando se vai para o aeroporto com tempo dá sempre para fazer o desenho clássico através dos vidros. Enquanto estava ali com o nariz encostado ao vidro pensava: bom, bom era estar lá em baixo a desenhar bem de perto!



Dentro do avião, mais um clássico que vi pela primeira vez nos cadernos do Lapin. 
Comecei pelo banco à minha frente, pelo pequeno dispositivo que prende a prateleira. Entretanto chegou a comida e como a fome não apertava, lá entrou ela no meu caderno. Depois foram os restantes bancos e, no final, turbulência, muita mesmo, tanta que até as máscaras de oxigénio se desprenderam...

... houve muito susto, choro de algumas pessoas e alguns gritos de aflição...


Estando a estrear um formato novo de caderno, estes primeiros desenhos são uma tentativa de compreender o espaço em branco disponível...
A catedral de Barcelona é tão complexa que assumi um pequeno desenho mais generalista, deixando espaço para pequenos pormenores com maior detalhe.
Não tendo ficado especialmente contente, foi este o primeiro desenho que fiz em Barcelona. De sempre!


Da Catedral fomos ao museu do Chocolate. A motivação era muita, mas batemos com o nariz na porta quando lá chegámos. Era domingo e fechava à tarde! Em frente estava um café com publicidade a churros e chocolate quente. Claro que nos metemos lá dentro numa espécie de prémio de consolação!
Ali perto estava o El Born, onde se descobriram as ruínas do início da cidade de Barcelona. Não era suposto desenharmos, pois era uma visita rápida, mas quando entramos em piloto automático os desenhos aparecem com mais facilidade...


Encontrámo-nos aqui com o Lapin e a excitação dos nossos alunos foi evidente. Ia começar a missa dali a alguns minutos. Distribuímos trabalho e lançámo-nos no desenho. Foi de uma tranquilidade imensa desenhar durante toda a missa nesta Basílica que foi construída junto ao mar por pescadores e várias pessoas do bairro da Ribera.
Depois fomos jantar todos juntos e dali fizemos um passeio noturno, guiado pelo Lapin, pelas zonas pouco turísticas, mas igualmente lindas, de Barcelona.
Quanto a desenhos do primeiro dia, terminaram na Basílica Santa Maria del Mar.