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domingo, abril 23, 2017

Roma: Piazza San Pietro


Hoje lê-se na missa a passagem do evangelho sobre Tomé. O tal que disse que só acreditava se visse e tocasse nas chagas. São muitas as pinturas que existem sobre ele e sobre o momento (quase seguinte) em que acredita.

Em Roma, na Praça de S. Pedro, em frente à Basílica e do lado esquerdo, está esta escultura de São Pedro. Do lado direito, uma outra de São Paulo. São Tomé está lá em cima, esculpido pelo Bernini. É o quarto a contar da esquerda.

Engraçado como para a história ficou (quase apenas) que São Tomé não estava em casa quando os outros estavam lá fechados e cheios de medo. Porque razão não tinha medo Tomé? Bom, dizem-nos os evangelhos que quando chegou a casa, os seus amigos estavam eufóricos por terem visto o Senhor. Tomé, que tinha estado fora, teve dúvidas. Na semana seguinte, Tomé já estava em casa e tudo se resolveu com a profissão de fé mais conhecida de todas: "meu Senhor e meu Deus".


O que me parece interessante notar é que Tomé arriscou sair de casa quando todos os outros ficaram lá dentro cheios de medo. Não sabemos bem porque saiu, mas que era arriscado, lá isso era.
Nesta praça de São Pedro, no Vaticano, São Pedro e São Paulo estão em destaque, no meio da praça, cá fora. Tomé está lá em cima, junto aos outros. A história tem destas coisas. O que não teve medo de sair à rua ficou na história como o que teve dúvidas.

Numa grande série que passou na televisão há uns tempos, perante esta fabulosa tela do Caravaggio, desenvolve-se esta conversa:
- He needed to touch Jesus wounds to be convinced.
- So, was he?
- Of course he was. We're all convinced sooner or later, Jack.


Esta é a cena completa. Saudades desta série maravilhosa...

quinta-feira, março 30, 2017

Roma: night walks


Há desenhos que vão ficando assim: amontoados. 

O primeiro foi aquele apontamento rápido em cima do lado esquerdo feito numa esquina do Portico d'Ottavio. Pensei que conseguia fazer alguma coisa enquanto o pessoal se despedia e discutia um local para almoçar, mas tudo se deu em um ou dois minutos...

O segundo foi feito enquanto esperava um risotto de espargos, numa esplanada da Piazza dele Cinque Scole com a caneta sépia. Demorou a vir e o desenho foi crescendo para espaços que não tinha previsto. Ficou lá em cima na página. O branco vazio do fundo tinha de ser ocupado depois, pensei eu...

O terceiro foi na Piazza di Pietra, do lado das imponentes colunas. Íamos a caminho da Fontana di Trevi e a Amber disse:
- Stop! This is part of the Adriano Temple. We must sketch this. Five minutes. Go!

O quarto e último foi na Fontana di Trevi. Estava frio. O romance estava no ar de alguns lá em baixo junto à água e o encanto no olhar de todos. Afastei-me e encostei-me a uma parede para desenhar. Entretanto passou uma carrinha de varrimento automático de rua e a vida banal romana cruzou-se ali com a vida floreada dos turistas. Ninguém deu pelo barulho a passar...

quinta-feira, março 23, 2017

Roma: Piazza del Campidoglio


Já fui a Roma 5 vezes.

A primeira foi em 2006 e praticamente não desenhei. Nem sei desses desenhos. Não os publiquei no blogue. Foi numa viagem de carrinha desde Lisboa que durou um mês...

A segunda foi em 2011 e, quando olho para esses desenhos, até fico envergonhado. Não tive muito tempo, mas, ainda assim, como é possível que, em 6 anos, o meu desenho melhorasse tanto? Espero daqui a 6 anos ter a mesma sensação...

A terceira foi em 2012 na única viagem que fiz. Foi nesse ano que levei os retiros de diários gráficos para Itália e me apaixonei ainda mais pela cidade. Publiquei também este post nos USkP sobre um dos exercícios do retiro.

A quarta foi em 2014. Fui lá com os meus alunos de Artes Visuais das Doroteias. Foi muito especial essa viagem. Ir a Roma como professor é uma tarefa quase impossível. Uma pessoa esfalfa-se toda, mas os desenhos ficarão sempre aquém do espírito da cidade...

A quinta foi este ano, 2017. Reunião de trabalho, tal como em 2011. Sinto que aproveitei melhor o pouco tempo que tive. Os desenhos, esses, vão sendo publicados com alguma reflexão e tempo, mas também fiz um resumo mais geral da viagem aqui.


Porquê este enquadramento todo?
Porque das cinco vezes, nunca tinha desenhado a Piazza del Campidoglio. Sempre fui lá. Sempre. Mas nunca a tinha desenhado...
Foi desta!

domingo, março 19, 2017

Roma: Largo di Torre Argentina


Cada vez me convenço mais que sou um apaixonado por História. 
Quando conheço algo novo, a primeira coisa que faço é ir investigar sobre o assunto, saber mais sobre ele, os pormenores, quando surgiu, factores de mudança, etc.

Acho que é por isso que Roma é a minha cidade preferida. Há uma certa decadência museológica ao ar livre que me põe o coração aos pulos para saber mais antes que tudo desapareça...

E desenhar estas ruínas in loco é como viajar no tempo. 
Entre investigações sobre o local, não há como falar com as pessoas de lá para descobrir que foi aqui mesmo, em 44 a.C. em frente ao Teatro de Pompeu (actualmente em ruínas), que o grande imperador Júlio César foi assassinado à facada...

Costumamos dizer: "ah, se estas paredes falassem..."
Imaginem se as ruínas de Roma pudessem falar...