O tio Carlos foi buscar-nos ao aeroporto no dia em que chegámos.
É o condutor de maior confiança do Bensa au Ama e já teve mesmo um camião só dele.
Como a mulher era de Ainaro (zona interior de Timor - das montanhas), quando, por infelicidade ficou viúvo, teve de cumprir todos os rituais de cor metan (cor negra ou luto) tradicionais. Uma das implicações é comprar um búfalo, animal sagrado, e oferecê-lo em sacrifício para que o espírito da mulher possa descansar em paz. A carne é depois retalhada e distribuída por familiares.
Para comprar o búfalo, teve de vender o camião. Perdeu a sua fonte de receitas e a sua vida nunca mais foi a mesma. Desde essa altura que percebeu que o peso cultural pode trazer infelicidade e dificuldades acrescidas. Gastou todo o dinheiro que tinha para comprar o búfalo e por essa razão recusa-se a casar novamente. Não percebe porque se têm de cumprir esses rituais todos...
O tio Carlos é um condutor excepcional, bem disposto, sempre disponível.
Com ele a música não falta na cabine, daquela bem típica timorense ou indonésia...
É o condutor de maior confiança do Bensa au Ama e já teve mesmo um camião só dele.
Como a mulher era de Ainaro (zona interior de Timor - das montanhas), quando, por infelicidade ficou viúvo, teve de cumprir todos os rituais de cor metan (cor negra ou luto) tradicionais. Uma das implicações é comprar um búfalo, animal sagrado, e oferecê-lo em sacrifício para que o espírito da mulher possa descansar em paz. A carne é depois retalhada e distribuída por familiares.
Para comprar o búfalo, teve de vender o camião. Perdeu a sua fonte de receitas e a sua vida nunca mais foi a mesma. Desde essa altura que percebeu que o peso cultural pode trazer infelicidade e dificuldades acrescidas. Gastou todo o dinheiro que tinha para comprar o búfalo e por essa razão recusa-se a casar novamente. Não percebe porque se têm de cumprir esses rituais todos...
O tio Carlos é um condutor excepcional, bem disposto, sempre disponível.
Com ele a música não falta na cabine, daquela bem típica timorense ou indonésia...
6 comentários:
liiiiiindo! :)
Fantástico!
Espetacular! Já pensou em participar no concurso do Metro (jornal) de fotografias?!
As suas fotografias têm muito potencial, mais do que meras imagens contêm mensagens profundas.
Concursos acho que não. Uma exposição já me entusiasmava mais...
A exposição obedece a um objectivo específico. Pretende-se, de um local físico qualquer, criar um ambiente, uma atmosfera que ajude a entrar na realidade que ali se representa. Na exposição o objectivo é decidido por nós, no concurso o objectivo é decidido por alguém que pode alterar o sentido do nosso trabalho...
Diga-se ainda, a bem da verdade, que esta fotografia foi tirada pela Ketta. Eu estava do outro lado da janela a fotografá-la a ela enquanto tirava fotografias!
Por acaso não me tinha surgido essa ideia (exposição), mas concordo plenamente com o que disse. Quem sabe se essa exposição não poderá fazer parte de um futuro projecto. Parece-me muito bem.
É... As exposições são uma óptima forma de contar histórias. :)
Ao ler a história do tio Carlos, lembrei-me, mais uma vez, da Safi. Do quão corajosa foi ao optar por ficar sozinha a cuidar dos filhos... Contrariando aquilo que culturalmente seria mais aceite.
Boas sugestões aqui Mário, como sempre! dEUS e Into The Wild são das minhas bandas e dos meus filmes preferidos. :)
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