segunda-feira, novembro 21, 2016

Foz Côa - parte 3


A primeira página de uma gramática dos símbolos a que chamamos Arte.

Sempre soube que Foz Côa era importante, mas ter estado lá fez-me ir muito além dessa informação.
Antes de Foz Côa, os arqueólogos acreditavam que as gravuras e pinturas rupestres aconteciam nas grutas e apenas raras vezes em céu aberto. Depois de Foz Côa (e porque as gravuras se preservaram debaixo de terra durante mais de 20.000 anos), percebeu-se que as gravuras e pinturas a céu aberto é que eram o comum e nas grutas a excepção. As margens dos rios do Vale do Côa deviam estar todas gravadas, mas muita coisa se perdeu. Aquela zona seria, imagine-se, o centro da Península Ibérica, onde os nossos antepassados iam fazer trocas comerciais, cruzar famílias, festejar e sabe-se lá mais o quê...


Mas o mais fascinante é perceber que as gravuras não eram feitas ao acaso. Existem rochas completamente saturadas de gravuras, quando, mesmo ao lado, estão rochas lisas sem uma única incisão durante todos estes milhares de anos. Sim, é arrepiante de ver. Havia uma intenção de as sobrepor. Também não eram rituais de caça, como durante muito tempo de imaginou. Descobriram-se sedimentos de ossos de coelho e de peixe entre despojos de acampamentos pré-históricos. Caçar estes animais de grande porte não era o dia a dia deles...

Qual a verdadeira razão? 
Porque é Pré-História, não há conclusões fechadas, só interpretações...

Sem comentários: