sexta-feira, novembro 25, 2016

Foz Côa - parte 5


Estava um frio de rachar em Marialva.
Tirei a minha manta polar azul da mochila.
Os alunos riram-se de mim.
Disse-lhes que tinham era inveja.
Tinta da china com aparo + lápis de cor.
Estava a ficar escuro e os focos de iluminação acenderam-se.
Enrolado na manta, entreti-me a colorir às escuras.
Que frio... não consigo continuar a desenhar. - diziam-me eles.
Trazer uma manta para um lugar frio não é sinal de velhice, mas de sabedoria. - respondi-lhes.


O final de tarde acabou comigo cheio de frio e alguns deles enrolados na minha manta. :)
O autocarro de regresso à Pousada tinha ar condicionado.
A manta, só a voltei a ver no dia seguinte de manhã...

3 comentários:

Ana Crispim disse...

Quase sempre não comento,mas leio tudo. Seguir o teu Blog é um prazer... e estas cores inesperadas são super.

Mário Linhares disse...

Obrigado Ana.
Estou sempre atrasado, mas é bom saber que alguém gosta de ler! ;)

Alexandra Baptista disse...

os desenhos também foram «aquecidos», que sorte:
- vir aqui e poder espreitar;
- os alunos terem ido desenhar em «campanha»;
- a existência da tal manta da sabedoria que possibilitou as páginas que aqui vemos e aquelas que aqui não são mostradas.
Belíssimo trabalho.