Mostrar mensagens com a etiqueta 2015 TURIM. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta 2015 TURIM. Mostrar todas as mensagens

sábado, maio 07, 2016

Saídos da prateleira

Hoje vou estar em Évora para apresentar o trabalho que tenho desenvolvido nos últimos anos sobre o espiritual no desenho.

Quando se tem muito para dizer e desenhos para mostrar, há que procurar a sabedoria de escolher as palavras certas para transmitir o que é verdadeiramente importante.
Dividi a apresentação em quatro partes: uma mais teórica e depois exemplos de três exercícios, respectivos enunciados e conclusões.


Fui à prateleira dos cadernos para escolher os certos para mostrar.
Saíram da escuridão estes desenhos de Turim, feitos em 2015. 
O Santuário da Consolata foi onde o P. José Allamano foi reitor e onde percebeu que tinha de fundar os Missionários da Consolata. Grande e santo homem!


Turim é uma cidade onde não me importava de viver durante uma temporada.
Acredito mesmo que um dia isso acabará por acontecer...

sexta-feira, dezembro 11, 2015

a outra margem



Estamos próximos da grande celebração do Natal e a azáfama está prestes a tornar-se uma correria danada...

Tenho a sensação que Maria e José antecederam as palavras de Jesus quando saíram da sua terra, foram a Nazaré e, ali mesmo, longe de tudo e todos, deixaram que o inevitável acontecesse, ainda que rodeados de quase nada, e o menino nasceu. 

Anos mais tarde, já bem crescido, Jesus retirava-se para a outra margem quando se dava conta que as multidões o rodeavam. Creio que precisava da outra margem para encontrar o quase nada e, aí, alicerçar-se verdadeiramente...

A outra margem de Turim foi uma oportunidade para me dar conta que a visão de largo horizonte é aquela que nos coloca no lugar, dá-nos uma lição de humildade. 
A outra margem mostra-nos que a visão antiga é parcial. 
A outra margem implica ser capaz de abraçar a dúvida e a certeza, projeta-nos lá para a frente sem medo de perder as raízes do passado, da segurança.

Este tempo que antecede o Natal é isto para mim: atravessar para a outra margem para ir ao encontro da novidade que está para nascer!

[fragmento do desenho original feito em Turim, 2015]

segunda-feira, novembro 23, 2015

Carta etnográfica em Turim



A Patrícia Pedrosa tem estado a publicar os vídeos do último retiro de diários gráficos que organizei em Turim.
Ainda não partilhei nenhum aqui no meu blogue, mas desta vez não resisto...

quinta-feira, julho 16, 2015

A outra margem


Depois de muito tempo no mesmo local, é bom retirarmo-nos para a "outra margem", um local diferente que nos ajude a ter uma perspectiva distanciada das nossas rotinas para que o conhecimento microscópico que vamos alimentando todos os dias alargue um pouco os horizontes e se torne macro...

Na próxima semana vou para longe, para o outro lado do planeta. Vamos à terra da Ketta e por lá ficaremos até setembro...

terça-feira, junho 23, 2015

Cézanne e o 70x7



O incontornável Paul Cézanne (1839-1906) procurava insaciavelmente a essência das coisas, por isso, pintava o mesmo assunto várias vezes até à exaustão. O tema era tão simples que quase se podia tornar aborrecido: naturezas mortas, mais especificamente pratos com fruta.

Cruzar esta vontade inesgotável de pintar o mesmo assunto com a resposta dada a Pedro (antes de ser santo e de ser o primeiro Papa) por aquele galileu, filho de um carpinteiro, que falava aramaico e que marcou a história da humanidade, era o grande desafio: 70x7...
Não vou contar agora aqui esta história, nem vou escrever sobre a generosidade de Pedro ao pensar que 7 vezes era já uma imensidão. Setenta vezes sete é que é o grande desafio! Não para fazer contas, mas para não pensar sequer nisso, para não nos caber no entendimento...

Neste exercício, desenhar insistentemente o mesmo assunto, levou-me a entrar e desenhar por dentro o museu do cinema de Turim, sair e desenhá-lo por fora, de vários ângulos, até que, noutro dia, o comecei a ver noutros lados, refletido, fragmentado, distorcido, diferente e, por isso mesmo, menos óbvio...

Acho que é assim mesmo: a primeira visão é mais simplista, tal como as primeiras abordagens do Cézanne, mas depois, com a persistência, temos um vislumbre da essência e começamos aí a sua verdadeira procura!

domingo, junho 07, 2015

Fora da caravana


No retiro de diários gráficos, em Turim, um dos exercícios foi deambular pela cidade, construir o percurso imprevisível que as massas/caravanas não consegue. Como é que o fizemos? Entrando na caravana e saindo assim que nos apercebêssemos que algo faltava, o mais importante. Voltando atrás, deambulando, caminhando, procurando e registando com a lógica inesperada dos dadaístas…


cartografia sonora: Miguel Cordeiro

artigo completo aqui.

segunda-feira, maio 25, 2015

Arqueologia etnográfica


Cada missionário deve compor um diário desde o dia da sua partida e durante todo o tempo que passa na missão. Este diário deverá conter notícias sobre o seu estado de saúde, as suas impressões da viagem, os seus feitos apostólicos, o progresso da missão à qual foi destinado, os costumes locais, notícias da geografia, etnografia, história natural, etc., e deverá enviá-lo, pelo menos, a cada seis meses ao superior geral.
(Regulamentos Instituto Missionário da Consolata, 1901, p. 34)

E em 1902 partiram os primeiros quatro missionários em direção ao Quénia, enviados pelo fundador José Allamano.
Uma aventura que ainda hoje dura. Em 2013, tive a oportunidade de ler o diário da missão de Marandallah, na Costa do Marfim. Este ano, a assombrosa possibilidade de desenhar alguns dos milhares de objetos que os missionários foram trazendo das missões desde o início do séc. passado. Foi uma impressionante viagem na história, à procura da nossa etnografia pessoal.

Tudo isto no retiro de diários gráficos deste ano, em Turim. 
O próximo já está a ser sonhado...