Desde 2014 que a direção dos Urban Sketchers tem uma reunião anual e presencial numa cidade do mundo. Tentamos escolher uma que tenha voos diretos para todos, mas, sobretudo, um lugar onde a nossa presença possa ajudar a dar um impulso grande ao grupo local de sketchers.
Sendo a Ásia um continente muito forte, cheio de iniciativas, a ligação ao grupo internacional poderia ser ainda mais reforçada. O Japão, por não se sentir tão confortável com o Inglês, ia ficando, aos poucos, cada vez mais afastado. Assim, estabelecemos contactos e foi feita uma parceria com a Universidade de Chiba para podermos fazer comunicações e workshops. E foi assim que, em fevereiro de 2018, fui a Tóquio durante uma semana.
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Saí de Lisboa numa sexta feira às seis da manhã, pela Ibéria, com escala apenas em Madrid e chegada prevista a Tóquio no sábado às dez da manhã. Teria de chegar fresco, pois as nossas reuniões já estariam a decorrer.
Pela primeira vez na vida, tomei um comprimido para dormir, mas já lá vamos...
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Troquei Euros por Ienes no aeroporto da Portela (agora Humberto Delgado), uns duzentos euros, talvez, e fiquei logo encantado pelo desenho das notas. Pensei: "com tantas horas de voo, vou ter tempo para desenhar uma delas". Dentro do avião abri a revista para ver o mapa do Japão. Estavam ali as linhas certas para a primeira página deste diário de viagem. Não há melhor modo de iniciar uma aventura do que com um mapa!
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Depois da escala em Madrid, já dentro do avião que me levaria a Tóquio pelo pólo norte, pedi um copo de vinho tinto a acompanhar o almoço. Guardei-o até terminar o mapa e parte da nota de cinco mil ienes. Estava desperto demais, entusiasmado demais, precisava dormir para chegar fresco ao Japão...
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Tirei o comprimido que a Margarida (aluna/amiga enfermeira) me tinha dado no dia anterior e tomei-o de rajada com o vinho regional espanhol que a Ibéria tanto promoveu. Depois fechei o caderno, estiquei as pernas e só me lembro de acordar em Tóquio.
Cheguei fresco que nem uma alface. Nove horas de diferença não se notaram em nada.
Japan, here we go!