segunda-feira, abril 13, 2015

Composição


A composição que me interessa no desenho não é tanto aquela que ocupa determinado espaço na folha de papel, mas a conceptual, a que nos coloca a pensar...

sexta-feira, abril 10, 2015

Barcelona

(publicado nos urbansketchers.org)


4.º dia 


Nunca pensei levar tantas cotoveladas e empurrões no mercado da Boqueria. Do meu lado esquerdo estava a Mercedes a desenhar a outra parte da banca que depois deveria encaixar (e bater certo) com o meu desenho. Começámos pela mancha procurando definir as zonas de cada fruta. A linha iria dar o pormenor que a mancha não tinha conseguido dar...


Neste dia almocei muito bem mesmo. O Lapin recomendou um mercado que tinha aberto há muito pouco tempo e as tapas que comi serviram para ficar rendido em definitivo à comida catalã!
Logo depois, o Museu Picasso esperava por nós. Estava uma multidão e não era possível entrar de imediato, pelo que me refugiei num recanto...


Lá dentro, como é óbvio, a minha atenção prendeu-se nos desenhos. Deambulei para escolher um. Os da fase mais jovem dele são muito apetecíveis, mas tinha dito a mim mesmo que quando encontrasse um que fizesse o clique, parava e começava a desenhar, mesmo que isso implicasse não ver o resto da exposição. E assim foi. Este desenho dele tem qualquer coisa de especial. A legenda era "o louco", a posição das mãos, genial, e a dedicatória, simplesmente enigmática...

Se estivesse a conversar com o Roland Barthes, diria-lhe que este desenho foi o meu punctus da exposição.

quarta-feira, março 25, 2015

Barcelona

2.º dia


O segundo dia começou com uma visita à casa Milà, mas esse desenho foi oferecido e não fiquei com nenhum registo dele...
Caminhámos de seguida para a Sagrada Família e a minha página mostra bem o sentimento de absorção e dificuldade em trazer para o caderno o quer que seja...


Depois de almoço seguimos a pé para o Park Güell. Quando lá cheguei só queria descansar...
Pão com queijo e tomate serviram para recompor as forças e lancei-me neste amontoado de partes do parque. A única coisa que gosto são as letras e os dois símbolos geométricos que estavam em azulejos...


À noite, durante o jantar, fiquei em frente a uma das alunas. Desenhar pessoas bonitas é mesmo difícil. Como não fiquei contente fiz várias tentativas a lápis de grafite, mas não era mesmo a noite...

E do 2º dia só tenho mesmo estes 3 desenhos comigo...

Veneza

Sereníssima, 12 de abril de 2014

Estar a ultimar detalhes sobre o retiro de diários gráficos em Turim, levou-me a um saudosismo atroz do retiro de Veneza...


A César o que é de César era o tema deste exercício. Pelo resultado parece um pouco óbvio, mas tentar distinguir o que é de quem ou o que pertence a quem não é um exercício fácil...


Olhar para esta dupla página é recordar a Ketta, a Estela Cameirão e o Miguel Franco. Enquanto tudo corria de uma lado para o outro, havia que permanecer, fixar-se, distanciar-se, para nos darmos conta do que nos envolvia e passava por nós fugazmente.
Há que saber parar...


A paixão do desenho levou-nos a um dos exercícios mais dolorosos do retiro. Estar dentro da basílica de s. marcos a desenhar e a experimentar a dor foi mesmo inesquecível, sobretudo para quem nos via dois a dois e pensava que estava a acontecer uma performance.
No segundo grupo, fomos proibidos de desenhar lá dentro...


Sentados mesmo junto às gôndolas, a recuperar da dor de dentro da basílica, havia aqui tempo para descansar e desenhar esta entrada maravilhosa para a piazza di s. marco.
Ficou pequeno o desenho, mas era esse o objetivo. Só não ficou um pouco mais à esquerda como deveria ter ficado, mas é assim mesmo que acontece sempre. Não há obras perfeitas, temos sempre algo a melhorar. O importante é fazer, para errar e aprender com os erros.

Amanhã, em Turim, mais erros serão provocados. Vamos ver se conseguimos aprender com eles...

domingo, março 22, 2015

Barcelona

 1.º dia


Quando se vai para o aeroporto com tempo dá sempre para fazer o desenho clássico através dos vidros. Enquanto estava ali com o nariz encostado ao vidro pensava: bom, bom era estar lá em baixo a desenhar bem de perto!



Dentro do avião, mais um clássico que vi pela primeira vez nos cadernos do Lapin. 
Comecei pelo banco à minha frente, pelo pequeno dispositivo que prende a prateleira. Entretanto chegou a comida e como a fome não apertava, lá entrou ela no meu caderno. Depois foram os restantes bancos e, no final, turbulência, muita mesmo, tanta que até as máscaras de oxigénio se desprenderam...

... houve muito susto, choro de algumas pessoas e alguns gritos de aflição...


Estando a estrear um formato novo de caderno, estes primeiros desenhos são uma tentativa de compreender o espaço em branco disponível...
A catedral de Barcelona é tão complexa que assumi um pequeno desenho mais generalista, deixando espaço para pequenos pormenores com maior detalhe.
Não tendo ficado especialmente contente, foi este o primeiro desenho que fiz em Barcelona. De sempre!


Da Catedral fomos ao museu do Chocolate. A motivação era muita, mas batemos com o nariz na porta quando lá chegámos. Era domingo e fechava à tarde! Em frente estava um café com publicidade a churros e chocolate quente. Claro que nos metemos lá dentro numa espécie de prémio de consolação!
Ali perto estava o El Born, onde se descobriram as ruínas do início da cidade de Barcelona. Não era suposto desenharmos, pois era uma visita rápida, mas quando entramos em piloto automático os desenhos aparecem com mais facilidade...


Encontrámo-nos aqui com o Lapin e a excitação dos nossos alunos foi evidente. Ia começar a missa dali a alguns minutos. Distribuímos trabalho e lançámo-nos no desenho. Foi de uma tranquilidade imensa desenhar durante toda a missa nesta Basílica que foi construída junto ao mar por pescadores e várias pessoas do bairro da Ribera.
Depois fomos jantar todos juntos e dali fizemos um passeio noturno, guiado pelo Lapin, pelas zonas pouco turísticas, mas igualmente lindas, de Barcelona.
Quanto a desenhos do primeiro dia, terminaram na Basílica Santa Maria del Mar.

segunda-feira, março 09, 2015

Agora no Porto!


No próximo sábado, dia 14 de março, pelas 18h30, eu e a Ketta vamos apresentar no Porto, finalmente, a viagem à Costa do Marfim.

Esperamos que todos os nossos amigos do Norte apareçam para falarmos desta grande aventura que nos levou para as terras interiores da África Negra!

sábado, fevereiro 21, 2015

Lisboa misturada





Não é bem uma mescla, mas podia ser...
Tudo começou com a vista panorâmica para o Tejo. Depois virei-me para o lado esquerdo e estavam ali uns pequenos telhados mesmo a pedi-las. Novamente à esquerda, os edifícios das Amoreiras preencheram o espaço vazio que faltava.

E foi assim que comecei mais um caderno em Lisboa. Estava em branco há dois dias e amanhã parto para Barcelona. Ainda bem que o primeiro desenho é de cá...

quarta-feira, fevereiro 11, 2015

Campo Pequeno


Depois de ver os resultados da sessão da letra P do Alfabeto Lisboeta, achei que também devia partilhar aqui a minha dupla página.

Comecei por explicar que esta praça me lembra sempre a prof. Maria Helena Lisboa (saudosa e das melhores que tive) que, numa aula de História de Arte da António Arroio, nos disse que as cúpulas da praça tinham sido projectadas pelo bisavô dela.

Depois, antes de tudo, percorrer o espaço e ir desenhando a planta para compreender o edifício. Eu fiz um esboço no canto inferior esquerdo e depois, com mais certezas, fiz uma nova planta por cima. 

Depois foram todos aqueles esboços rápidos para ajudar as pessoas a compreenderem melhor o ponto de vista que escolheram. No final, já com todos orientados e algum tempo para mim, desenhei uma vista bem central mas pequenina porque o tempo não era muito e o frio abundava...


Este alfabeto tem sido uma surpresa constante. É formidável ver os progressos, o prazer das pessoas a aprender quando enfrentam desafios difíceis e, sobretudo, a forma como levam o que aprendem para outros desenhos que fazem depois.
Incrível...

terça-feira, fevereiro 10, 2015

Por Lisboa...


Faz hoje uma semana que estive a desenhar as figuras que sustentam o Camões no largo que Lisboa lhe deu. Começou a pingar, depois a chuviscar e, finalmente, a chover. A caneta começou a falhar e a decisão de nos refugiarmos no Mude foi a mais acertada. Que peças japonesas mais fenomenais são estas que estão lá no piso um!?! 
Impressionante!

quinta-feira, fevereiro 05, 2015

Estação do Oriente


O mais interessante aqui é a lição de que, por vezes, são os elementos extra que nos ajudam a ver e compreender melhor. Quando estamos completamente focados num único assunto, perdemos a noção do geral e cometemos erros...
Não há como retirar importância ao elemento principal e começar a detalhar o que o rodeia...