Estamos próximos da grande celebração do Natal e a azáfama está prestes a tornar-se uma correria danada...
Tenho a sensação que Maria e José antecederam as palavras de Jesus quando saíram da sua terra, foram a Nazaré e, ali mesmo, longe de tudo e todos, deixaram que o inevitável acontecesse, ainda que rodeados de quase nada, e o menino nasceu.
Anos mais tarde, já bem crescido, Jesus retirava-se para a outra margem quando se dava conta que as multidões o rodeavam. Creio que precisava da outra margem para encontrar o quase nada e, aí, alicerçar-se verdadeiramente...
A outra margem de Turim foi uma oportunidade para me dar conta que a visão de largo horizonte é aquela que nos coloca no lugar, dá-nos uma lição de humildade.
A outra margem mostra-nos que a visão antiga é parcial.
A outra margem implica ser capaz de abraçar a dúvida e a certeza, projeta-nos lá para a frente sem medo de perder as raízes do passado, da segurança.
Este tempo que antecede o Natal é isto para mim: atravessar para a outra margem para ir ao encontro da novidade que está para nascer!
[fragmento do desenho original feito em Turim, 2015]
5 comentários:
Já tinha visto o vídeo. Aprendo sempre algo com estes vídeos. E gosto muito da calma, do prazer dos desenho nesse café.
Nesta altura procuro saír da multidão e ver do outro lado. Observamos melhor, pensamos melhor e procuro a calma. Especialmente nesta época. Abraço.
Um verdadeiro momento de partilha, Mário.
Gostei imenso da tua leitura desta época e ainda mais contextualizada com a experiência de Turim. Então com o vídeo da Patrícia...
Obrigado.
Seria óptimo que neste frenesim, levantássemos a cabeça, víssemos a outra margem e tivéssemos a coragem de ir até lá.
Belíssimo texto para reflectir.
Obrigada Mário.
Obrigado a todos!
Celeste: tenho a sua serigrafia quase, quase pronta. Ligo-lhe assim que estiver pronta.
Belo exercício. obrigado.
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