quarta-feira, fevereiro 24, 2016
Bye, bye New York City
Enquanto não vêm os desenhos de Nova Iorque, aqui fica o vídeo feito do avião, ao descolar da Big Apple.
sexta-feira, fevereiro 12, 2016
-6ºC
Hoje, mesmo perto da Brooklyn Bridge, estavam seis graus negativos. Tirei as luvas e fiz esta selfie, mas não deu para mais. As mãos começaram mesmo a congelar.
Dali, eu e o Mark Leibowitz, apanhámos o ferry para a outra margem e fomos desenhar dentro de um restaurante com duas estrelas Michelin!! Mas essa história fica para um próximo post...
;)
sábado, fevereiro 06, 2016
New York City
Cheguei ontem à noite a Nova Iorque, a cidade que é o mundo inteiro.
Neve, muita neve e frio, mas o encanto e deslumbramento de uma criança agitavam-se cá dentro perante a esmagadora cidade.
Estou aqui para a reunião da direção dos Urban Sketchers. Há que olhar do alto e tentar ver para onde pode ir este grupo gigante criado pelo Gabi Campanario. Assim que cheguei, ele enviou-me uma mensagem pelo whatsapp: "Welcome back to America! New York City is very different than the rest of the country. Enjoy it. It's a crazy place created by people who dreamed big, just like us! :)"
É uma honra estar aqui a pensar grande ao lado de pessoas tão generosas e fabulosas!
segunda-feira, fevereiro 01, 2016
Mercado de Taibessi
Desenhar acompanhado é, por vezes, um drama!
Entrámos todos no mercado de caderno na mão e as primas da Ketta perguntavam insistentemente:
"O que vamos desenhar? E como?"
Se estivesse sozinho sei o que faria, mas como gosto sempre de desenhar o que peço aos outros que desenhem, acabámos a olhar atentamente para os vários produtos das bancadas...
Sozinho ia:
- meter conversa com os vendedores e desenhá-los
- afastar-me e desenhar o mercado de longe
É assim a vida. Nem sempre temos o que desejamos...
Mas foi bom ter ido lá com as primas da Ketta. Comprámos bananas, tangerinas e mangas ao preço normal, coisa impossível se tivesse ido sozinho! :)
sexta-feira, janeiro 29, 2016
Cemitério de St.ª Cruz
Este jovem chamado Sebastião Gomes foi também assassinado pelos indonésios. Não no famoso massacre de '91, mas antes. Este cemitério está lotado. Não é possível passar sem pisar algumas campas... mas também está lotado de significado da luta pela libertação de Timor-Leste...
Hoje a madrinha da Ketta contou-nos o que aconteceu e histórias de pessoas que sobreviveram como que por milagre. É duro de ouvir e o coração começa aos pulos...
21.08.2015
Não sei muito bem como falar deste massacre. Em '91 eu tinha 11 anos, mas lembro-me bem destas notícias e de tudo o que veio a seguir com Portugal inteiro a erguer-se e a fazer-se ouvir.
Estar ali, naquele cemitério e ouvir histórias da boca de quem lá esteve e sobreviveu é de estremecer as entranhas. Saber que todas as cassetes de vídeo estavam a ser confiscadas para que o mundo não soubesse o que se passava e que o jornalista australiano Max Stahl as escondeu e depois as enviou por um jesuíta para chegarem à Europa também é impressionante.
Desenhar a campa do Sebastião Gomes, o jovem que ia ser visitado pela multidão de timorenses depois de uma missa de domingo e que deu origem ao massacre foi uma experiência de silêncio ensurdecedor...
Contudo, penso que o que mais me impressiona é a forma adulta e madura como hoje os timorenses se relacionam com a Indonésia. Que capacidade esmagadora de se sobre-elevar e marcar personalidade...
sexta-feira, janeiro 22, 2016
Díli
Díli vista da estrada que segue para Maubisse.
O aglomerado de telhados de zinco confunde-se com a vegetação e tudo parece ficar misturado e pouco perceptível...
Ataúro, ao fundo, parece, por momentos, maior do que as outras ilhas indonésias que nos rodeiam. Do lado esquerdo, o primeiro edifício alto começa a erguer-se. É o primeiro sinal de uma capital a crescer e de um país que está a mudar a uma velocidade estonteante...
20 de agosto de 2015
sábado, janeiro 16, 2016
Mariana Mendonça
Mariana Mendonça?
Que nome tão português ali do outro lado do planeta. Não só do outro lado, mas bem no interior de Timor, lá para o interior das montanhas...
Hoje em dia os casais timorenses não gostam de colocar nomes portugueses aos filhos. "Fica mal" dizem...
O filho de um dos primos da Ketta chama-se Liusembril...
- Liusembril? - Rimos e perguntámos nós.
- Sim, não queremos um nome que já exista. Ele tem de ter um nome único, nunca antes visto."
- O que significa?
- "Liu" vem de Julho, mês de nascimento da mãe. "Sem" vem de setembro, mês de nascimento do irmão. "Bril" vem de abril, mês de nascimento do pai.
- Liusembril? - Voltámos a rir com ar de espanto...
- Nome português é que não!
Vai assim a vida timorense...
E é assim também que, aos poucos, a cultura se vai mostrando viva, híbrida e já com menos influência dos portugueses...
[outra história deste desenho aqui]
[outra história deste desenho aqui]
terça-feira, janeiro 12, 2016
Mazi em Maubisse
Primeiro desenhei a margem esquerda da rua numa tentativa de guardar a loja "Bensa ao Ama" no meu caderno.
Depois desenhei a Mazi Costa no lado direito da página. Uma das primas mais novas da Ketta que está no 11.º ano e gostava de vir estudar para Portugal. Trabalhadora incansável, estuda Ciências e Tecnologias, os irmãos estão todos a estudar na Indonésia, mas ela gostava mesmo era de vir para Lisboa...
Não contente com o resultado (o que raio me deu para colocar um olho fechado e outro aberto!?!?), decidi pedir-lhe para repetir o desenho. Sem escrúpulos, foi mesmo ali por cima das casas. Quando me irrito com os desenhos vai tudo para cima de todas as coisas...
Agora que olho para esta dupla página, vem-me à memória a manhã tranquila e solarenga que estava. O Matias de colo em colo a encantar toda a gente. Os troncos de madeira onde nos sentámos a apanhar Sol. O vendedor de cartões da Timor Telecom a tentar ganhar a vida. Um senhor velhote que passou pela rua vezes sem conta para nos ir falando repetidamente. As prateleiras quase vazias da "Bensa ao Ama". As memórias do tio Tonito. A paisagem que permanecia igual desde há seis anos atrás e, de repente, tudo passou a fazer mais sentido...
quinta-feira, janeiro 07, 2016
quarta-feira, janeiro 06, 2016
Retiro de diários gráficos | 2016
O próximo retiro de diários gráficos, que acontece sempre na altura da Páscoa, já tem lugar confirmado: Açores, ilha de S. Miguel.
Este ano o anúncio vem mais tarde, mas ainda vamos a tempo de boas condições de voo.
Uma das principais novidades está na data do primeiro retiro: o P. Nuno Branco, jesuíta, está comigo na organização e vai lá estar connosco a tempo inteiro durante a semana santa. Imperdível, diria eu...
Inscrições e mais informações: linhares.mr@gmail.com
terça-feira, dezembro 29, 2015
crianças e o inacabado
Esta era uma página para ir sendo construída aos poucos.
Acabou por ficar inacabada, com um espaço em branco que, agora olhando, apetece colocar lá um texto...
Está 2015 a acabar e fico com a sensação de que muitos projectos meus ficaram também inacabados...
Olho para trás e gostava de ter feito mais, esforçado mais, focado mais, intensificado mais, amado mais, agradecido mais...
Vem aí 2016 e é mesmo tempo de balanço para que o "mais" se possa concretizar!
segunda-feira, dezembro 28, 2015
Porto de Timor
No dia 14 de agosto escrevi assim no meu diário:
Não me lembrava que a zona junto ao mar era muito ventosa, pelo menos em agosto, dizem os timorenses. Desenhar a vista panorâmica de Díli não cabe apenas numa página, daí estas três vistas em continuação sempre na mesma, umas por cima das outras. Há exercícios que resultam melhor na teoria do que na prática. Este talvez não resulte mal, mas estava a ficar frio e o vento não deixava mesmo trabalhar em condições. Coloquei as cores à pressa e o resultado final não ficou nada de especial...
Agora que montei as diferentes vistas na sequência certa, de repente, parece que viajei mesmo até ao Porto de Díli. A visão panorâmica era mesmo assim alargada. Do lado esquerdo a ilha de Ataúro e depois uma imensidão de mar a contornar o lado Leste da ilha de Timor.
Há exercícios que funcionam na teoria e só mesmo quando o processo fica concluído.
Estive mesmo para não publicar este desenho por não encontrar nele nenhum interesse, mas agora que as vistas ficaram acertadas, fico contente por ter um desenho que ganhou uma vida nova!
sábado, dezembro 26, 2015
Janaia e Jessenila
Timor, 13 de agosto de 2015
Dia de festa na paróquia de Balide, Díli, em homenagem ao primeiro pároco.
Depois da cerimónia com discursos longos e testemunhos vários, todo o pessoal se juntou no salão para o jantar típico timorense de festa e muita dança tradicional.
Enquanto esperava, a Janaia andava de roda de mim (um português com uma mulher timorense e um filho como o Matias despertam muito a atenção). Às tantas pedi-lhe para se sentar para a poder desenhar. Foi o frenesim total. Todos à volta a querer ver e um mar de crianças a pedir para serem desenhadas...
Houve tempo para a Jessenila, mas não para mais! :)
quarta-feira, dezembro 23, 2015
Serigrafias | Print screens
Quando falei com a minha pessoa de confiança para fazermos as serigrafias e lhe disse que queria personalizar cada uma delas com aguarela, ele, grande expert no assunto, disse-me: "nunca vi isso a ser feito". Depois sorriu e continuámos a trabalhar...
Não percebi se foi um acto de loucura pura ou de ingenuidade para com a falta de noção do trabalho que me ia dar, mas a verdade é que gosto de levar para a frente as ideias que me entusiasmam, mesmo que isso implique ter o dobro ou o triplo do trabalho com elas.
Pormenor da serigrafia panorâmica desenhada a partir do Aqueduto de águas livres de Campolide.
Pormenor da serigrafia panorâmica desenhada a partir do miradouro de S. Pedro de Alcântara.
Pormenor da serigrafia do coche de D. Filipe II, que está no museu dos Coches.
No dia 27 de novembro de 2015, já depois da apresentação do livro Lisboa, o que o turista deve ver, de Fernando Pessoa e com cerca de 100 desenhos meus, uma amiga fez este vídeo onde se vê o interesse da ideia louca de aguarelar as serigrafias no dia da inauguração da exposição. Estavam mais de 300 pessoas e não foi possível fazer tudo no dia. Não tenho parado desde então...
Bom Natal!
terça-feira, dezembro 22, 2015
Timor, finalmente!
Após três semanas fora de Portugal, a viagem chega finalmente a Timor.
Esta senhora estava a construir os famosos tecidos timorenses chamados de Tais. Isto era algo que há muito tempo queria ver e desenhar.
A oficina dela era uma parte da cozinha! É incrível como os espaços se reduzem e aumentam conforme a necessidade...
Tem de haver alguma ligação entre o que vi neste dia e o facto da Ketta fazer os cadernos em casa. É que, às tantas, já não sabemos se temos um atelier em casa ou se a nossa casa é no atelier...
Deve ser do sangue timorense! :)
domingo, dezembro 20, 2015
Jakarta
Já aqui tinha publicado este desenho de Jakarta, mas na altura não estava terminado e foi uma fotografia em vez de digitalização. Neste dia, depois de estarmos a desenhar no último piso do centro comercial Grand Indonesia, descemos e fomos jantar:
Não é fácil escolher um local para comer quando a oferta são 3 ou 4 enormes pisos cheios de restaurantes do mundo inteiro. Neste dia, optámos pelo Mama Malaka (não era caro nem barato).
Enquanto esperava pela comida, recordava as lições da Marina Grechanik sobre como desenhar a acção das pessoas e tentava colocar em prática. Não interessavam as proporções nem as cores, mas a acção!
Frustrado com o resultado de cima, pousei os lápis de cor e peguei na recém comprada caneta Hero. Esboços do Matias desastrosos conduziram-me para a Ketta que ficou ali a posar para mim.
Nesta altura, já todos os empregados de mesa passavam de 30 em 30 segundos por trás de mim para ver como estavam a ficar os desenhos. Riam-me e colocavam-se lá ao fundo atrás do balcão a sorrir, provavelmente à espera de ficar na "fotografia"...
Ainda bem que, no desenho, quem manda somos nós!
terça-feira, dezembro 15, 2015
Alô Portugal
Fui ao programa Alô Portugal da Sic Internacional falar dos desenhos de Lisboa, do livro do Fernando Pessoa e das serigrafias personalizadas.
Gostei muito e acho que correu bem.
Grande edição esta do Centro Atlântico. Obrigado por me terem desafiado para este projecto tão difícil e de imensa responsabilidade.
sexta-feira, dezembro 11, 2015
a outra margem
Estamos próximos da grande celebração do Natal e a azáfama está prestes a tornar-se uma correria danada...
Tenho a sensação que Maria e José antecederam as palavras de Jesus quando saíram da sua terra, foram a Nazaré e, ali mesmo, longe de tudo e todos, deixaram que o inevitável acontecesse, ainda que rodeados de quase nada, e o menino nasceu.
Anos mais tarde, já bem crescido, Jesus retirava-se para a outra margem quando se dava conta que as multidões o rodeavam. Creio que precisava da outra margem para encontrar o quase nada e, aí, alicerçar-se verdadeiramente...
A outra margem de Turim foi uma oportunidade para me dar conta que a visão de largo horizonte é aquela que nos coloca no lugar, dá-nos uma lição de humildade.
A outra margem mostra-nos que a visão antiga é parcial.
A outra margem implica ser capaz de abraçar a dúvida e a certeza, projeta-nos lá para a frente sem medo de perder as raízes do passado, da segurança.
Este tempo que antecede o Natal é isto para mim: atravessar para a outra margem para ir ao encontro da novidade que está para nascer!
[fragmento do desenho original feito em Turim, 2015]
sábado, dezembro 05, 2015
Retiro de passagem de ano
Ora então aqui está a tão ansiada proposta de passagem de ano alternativa às luzes da ribalta, foguetes estrondosos, concertos avassaladores e multidões reunidas em grandes espaços públicos.
Talvez seja demasiado audaz propor um retiro de diários gráficos na passagem de ano, mas que é uma das melhores alturas para se preparar em força o ano que aí vem, lá isso é. Eu e o P. Nuno Branco sj elaborámos um programa profundo e pessoal, mas também de festa e alegria! O P. Nuno não pode estar connosco, mas a concepção do retiro é partilhada por nós os dois.
Começa no dia 30 de dezembro com o jantar e termina no dia 2 de janeiro com o almoço.
Começa no dia 30 de dezembro com o jantar e termina no dia 2 de janeiro com o almoço.
Ansiosos? Façam a vossa inscrição antes que as vagas esgotem: projectocasavelha@gmail.com
quinta-feira, dezembro 03, 2015
Reportagem DN
Conheci a Marina Almeida há alguns anos atrás e nunca mais perdemos o contacto.
Muito bonita a reportagem que ela escreveu sobre esta nova edição do livro de Fernando Pessoa.
Obrigado!
sábado, novembro 28, 2015
Grande dia nos Coches
só os coches...
agora com mais companhia...
quase, quase cheio!
Que grande dia foi este, 300 pessoas na apresentação do livro! Era tanta gente que muitas dedicatórias ficaram marcadas para outro dia, assim como as serigrafias: terei de quebrar o meu compromisso de aguarelar apenas na apresentação, pois o museu fechou quando muitos ainda queriam comprar a panorâmica de S. Pedro de Alcântara que deu origem à capa do livro.
Obrigado pela vossa presença. Foi um dia memorável. Obrigado mesmo!
[foto: Luís Ançã]
segunda-feira, novembro 23, 2015
Carta etnográfica em Turim
A Patrícia Pedrosa tem estado a publicar os vídeos do último retiro de diários gráficos que organizei em Turim.
Ainda não partilhei nenhum aqui no meu blogue, mas desta vez não resisto...
domingo, novembro 22, 2015
Cafe Batavia - Jakarta
Em todas as cidades por onde viajamos, eu e a Ketta tentamos fazer sempre uma boa refeição num restaurante reputado. Em Jakarta não estava a ser fácil encontrar um, mas o Cafe Batavia conseguiu atrair-nos lá para dentro! O edifício é do tempo do império holandês, mas é "o" café mais reputado da zona histórica de Jakarta.
A fome era muita e só na sobremesa é que o desenho da comida foi feito. Os padrões, esses, foram sendo feitos durante as 2h que lá estivemos dentro...
sábado, novembro 21, 2015
Gazeta do Cenjor: entrevista
A Joana Fialho pediu para me entrevistar no final do encontro de diários gráficos no Museu de Marinha. Hoje enviou-me o resultado. Aqui estou eu na página 6 da Gazeta do Cenjor.
Obrigado Joana!
sexta-feira, novembro 20, 2015
Wayang Golek
A seguir ao Museu Têxtil de Jakarta, o do teatro de sombras era a nossa segunda prioridade.
Houve ali um misto de sentimentos. Por um lado estávamos assoberbados pela quantidade de peças lindas de morrer, relação íntima com o teatro de sombras da ilha de Java e muito mais do que imaginámos que iríamos encontrar. Por outro, a decadência da manutenção do museu foi uma desilusão. Como é possível deixarem tudo ir apodrecendo aos poucos?
Depois de vaguearmos (e com o Matias a dormir no carrinho), foquei-me nesta peça e tentei fazer o máximo de estudos sobre ela.
Vários estudantes que por ali andavam começaram a aproximar-se e, pela primeira vez, senti que a minha pele branca era o centro de atenção em vez do desenho. Todos queriam tirar fotografias comigo... será que me confundiram com alguma celebridade?
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