Ao terceiro dia, pedimos ao Fr. Jean François que nos falasse da Ordem Dominicana. É que ir ali e não compreender quem lá vive, a sua história e o que fazem agora, parecia-nos uma falha imperdoável...
Impressionante a simplicidade com que se regem. Não fazia ideia que era tão simples...
Também muito impressionante foi perceber que todos estes monges têm como especialidade a comunicação. São professores universitários, um deles de arte contemporânea, com conhecimento sem fim à vista...
Depois fomos à cripta. Projectada antes do Concílio Vaticano II, servia para a missa diária pessoal de cada sacerdote. Dizia-nos o Fr. Jean François que, na altura, aquilo parecia uma fábrica de missas! :)
Com as mudanças, cada sacerdote passou a poder co-celebrar a missa diária, pelo que esta zona do convento deixou de ser utilizada.
Como era suposto ser uma zona privada, o Corbusier projectou-a dentro da capela grande, mas numa área escondida. Contava-nos o Fr. Marc (o que é professor de arte contemporânea) que o Corbusier escolheu as cores por instinto. Foi lá um dia tentar escolher, mas disse que estava muito cansado para decidir. Dormiu e, no dia seguinte, escolheu-as por puro instinto. Se fosse noutro dia, os tons seriam, provavelmente, outros.
Cada um destes altares em betão tem uma pedra com 5 cruzes gravadas que representam as chagas de Cristo. Numa pequena parte está guardada uma relíquia de um santo. É o que todos os altares devem ter: pedra e relíquia.
Depois de 4 desenhos rápidos da cripta, olhei para as cruzes em baixo relevo e apeteceu-me mesmo fazer estes decalques. Não tinha lápis, mas uma aluna emprestou-me um 3B que serviu lindamente!