segunda-feira, junho 03, 2013

Lisboa: Rua da Conceição


Lisboa é mesmo uma cidade incrível para desenhar. Tem tudo: luz, colinas, cabos eléctricos, quarteirões ortogonais, ruas a subir e a descer e em curva, o castelo, o Tejo, pessoas em movimento, em esplanadas, turistas a olhar para o ar, etc, etc...

Esta Rua da Conceição faz-me sempre viajar para o tempo em que estudava nas Belas-Artes. E que viagem bonita!

domingo, junho 02, 2013

Coleccionar sons

Sons que inspiram uma história...
Os desenhos são do que vemos.
A história é sobre o que ouvimos...

sábado, junho 01, 2013

A máquina certa


Há terrenos que decidimos percorrer que não podem ser pisados de qualquer maneira.
Muitos nos dizem: "não vás por aí que não tens hipóteses" ou "por aí não vai dar nada"...
Ficamos a olhar para os terrenos sem saber o que fazer. Queremos ir por ali, mas parece que não nos deixam. Queremos seguir em frente, mas parece que nos querem convencer que não temos as características certas para o fazer, que é mais seguro ir pela estrada ao lado.

Ontem tive de deitar cá para fora o que me ia na alma. Mostrar que há terrenos que só podem ser feitos de tractor, contra tudo e todos. 
Qual é o problema de estarmos habilitados a conduzir um Ferrari e, ainda assim, escolhermos um tractor? 
Há terrenos que só podem ser lavrados por algumas pessoas, as mais talentosas. Vão ter de lavrar muito, claro, porque a terra é dura no início. Vai dar muito trabalho, mas os frutos não crescem no alcatrão nem nos carreiros de atalhos, nascem na terra boa, aquela que nós cuidamos diariamente e, por isso, a conhecemos. Vamos descobrindo onde semear cada semente, cada coisa no seu lugar, até conseguir tirar da terra as melhores colheitas, aquelas que nenhum outro conseguiria tirar...

Andava com um peso na alma há demasiado tempo...
Ontem fiquei aliviado...
É tão difícil ajudar sem condicionar...
Acho que é mais difícil do que convencer alguém que um tractor é melhor que um Ferrari!

quinta-feira, maio 30, 2013

segunda-feira, maio 27, 2013

Castro Laboreiro

Fica a 500 quilómetros de Lisboa, mas vale a pena!
No planalto de Castro Laboreiro encontramos estes monumentos megalíticos.


O que impressiona verdadeiramente é saber que estão ali há milhares de anos. A maioria das mamoas ainda estão tapadas, intactas desde sempre...
Ao estar ali no planalto, sem barulho nenhum, com cavalos ao fundo, numa paisagem de perder a vista, lembrei-me do meu professor de História da Arte da faculdade de Belas-Artes. Dizia ele que o primeiro homem religioso foi o que enterrou pela primeira vez um humano...
... acho que ele tem razão. Quando nos questionamos sobre a vida, não conseguimos ficar-lhe indiferentes...
Foi impressionante estar ali a desenhar!


Na procura por mais dólmens (o túmulo em pedra) descobertos, fui andando pelo planalto até chegar à parte espanhola. 
A vedação que nos separa é tão frágil...
Somos mais parecidos do que imaginamos...


Talvez não se perceba bem aqui, mas o planalto é mesmo assim: revestido de uma calma transbordante...

domingo, maio 26, 2013

Etna




Este ano, no retiro de diários gráficos, a Patrícia Pedrosa gravou livremente, com o olhar tão típico dela, cada momento que lhe chamou a atenção.

Foram seis temas, pelo que haverá seis vídeos. Este é o primeiro dessa série. O tema central era: "aspirai às coisas do alto". A subida ao vulcão Etna convidava a que este tema fosse o certo...

Nem por acaso, hoje estive a falar do retiro a uma pessoa. No final pediu-me para lhe reservar um lugar no próximo...
... preocupa-me que, antes de saber onde o próximo vai ser, já tenha o retiro esgotado...

... que grande responsabilidade!

quarta-feira, maio 15, 2013

workshop de diários gráficos - Estoril


No próximo dia 2 de junho irei orientar um workshop de diários gráficos no Estoril, a 5 min. da praia, com temas bem propícios ao calor e à cor.

O workshop é dirigido a pessoas que querem iniciar um diário gráfico, mas também às que já o usam e querem explorar novas hipóteses de registo.

Será um dia intensivo, das 10h30 às 18h00.

Inscrições e esclarecimentos para o meu mail: linhares.mr@gmail.com

sábado, maio 11, 2013

brompton


O bom tempo veio finalmente, assim como o final das greves da CP. Com isso, voltei a usar minha Brompton diariamente. Que bom que tem sido...

Este desenho foi interrompido duas vezes. A primeira foi logo a seguir a ter feito a primeira linha do celim...
À segunda interrupção já não voltei a ele. Deixei-o assim... inacabado...

Tal como no desenho, há coisas que mais vale a pena deixar inacabadas...


quarta-feira, maio 08, 2013

pedra no charco

Estou triste hoje...
... levei com umas pedradas no charco...

... depois de 3 anos com uma turma, nem um aluno vai escolher artes visuais no secundário...
... não os condeno. Já são crescidos e sabem tomar decisões. Eu é que fico a pensar nas minhas aulas... nos exercícios que lhes proponho...

... acho que não sei ser melhor professor...

Hoje estou triste...
... espero estar melhor amanhã...

quinta-feira, abril 25, 2013

25 de abril












Estive à procura de desenhos antigos para publicar hoje, dia da liberdade em Portugal.
Encontrei este, feito em Birmingham, no último dia de 2010. Não sei porque é que nunca o tinha publicado, mas por alguma razão estava à espera do dia de hoje...

Eu já nasci depois de 74 e, portanto, nunca experimentei o sangue na guelra da revolução...
Mas Inglaterra sempre foi como que um sinal de grande independência e liberdade para mim. 
Talvez porque o meu imaginário sempre favoreceu essa ideia, não sei...
Talvez porque tenha sido dos primeiros países que visitei livremente, não sei...
Talvez porque a neblina do quotidiano londrino me atraia e me apeteça desenhar, não sei...
Talvez porque a ideia de viajar seja o verdadeiro sinal de liberdade que temos. Ver coisas novas. Sem medos nem pés atrás...
Talvez porque há um mundo inteiro à nossa disposição e não faça sentido nenhum não poder sonhar em conhecê-lo, vivê-lo, desenhá-lo. Até porque ele vai continuar cá depois de nós...

Para mim, o dia de hoje, é isto mesmo: um hino ao sonho de conhecer o desconhecido!

terça-feira, abril 16, 2013

Museu Nacional Soares dos Reis

Museu onde está este brutal auto retrato da Aurélia de Sousa. É hipnotizante aquele olhar e mágica a forma como o cabelo se funde com o fundo...
Do lado direito, duas abordagens fugazes a duas obras do Silva Porto. Primeiro aguarelei para desfocar a obra "a tijela partida". Depois fiz um desenho cego sobre "a condução do rebanho".

É incrível como algumas obras nos tomam de assalto. Mesmo quando não as queremos registar mimeticamente, elas não nos largam o pensamento...

domingo, março 10, 2013

Praça da Ribeira


Queria ter desenhado mais, mas uma hora e meia depois, com o corpo todo gelado, não aguentei mais...

segunda-feira, março 04, 2013

Gallery Hostel

Numa viagem ao Porto, fomos muito bem tratados no Gallery Hostel.
A comida é caseira e vale a pena jantar lá. Além disso, todo o interior é muito interessante para desenhar. Na fachada tem azulejos em relevo e não é possível resistir a trazê-los para o caderno.

Está bem localizado e vale a pena!

terça-feira, fevereiro 26, 2013

Brompton recorded on wood


Avizinha-se uma parceria fabulosa entre o desenho e esta máquina fantástica!
Mais novidades em breve...

quarta-feira, fevereiro 20, 2013

A Filipa e o Rodrigo

No outro dia faltaram quase todos os alunos à aula de desenho. Só com a Filipa e com o Rodrigo, optei por fazer uma aula de retrato. Estava fora do programa, mas não havia mal. Depois de uma parte teórica com exemplos e desenhos, metemos mãos à obra e desenhámo-nos de perfil e de frente.

O tempo que passamos a olhar uns para os outros e a tensão que se cria entre o desenhado e o desenhador é o que mais me interessa... um vai sendo objectificado enquanto o outro é contemplado...
O desenho, esse, acho que é apenas um meio de se estabelecer esta relação humana misteriosa...

terça-feira, fevereiro 12, 2013

culturgest


Começa já amanhã o workshop na Culturgest sobre as esculturas sonoras do Rui Toscano.
Para preparar a formação tive de lá ir durante a fase de montagem. Desenhei estes tijolos sonoros ao perto e ao longe e a minha memória viajou para os tempos da escola, quando se faziam festas nas salas de aula, com estes rádios a pilhas, aquando das aulas número cem, ou no final de cada período...

Alguns já estavam a trabalhar e a emitir som...

Este workshop vai ser uma viagem... definitivamente!

terça-feira, janeiro 29, 2013

O caderno como oficina de excelência


Para quem não conseguiu ir à Gulbenkian no dia 20 de janeiro, aqui fica a gravação que esteve a passar online no site da Gulbenkian. 

Não é a mesma coisa que ao vivo, mas é melhor que nada!

vídeo: Timor-Leste

Aqui fica o vídeo que mostrei no início da minha apresentação da viagem a Timor.

quinta-feira, janeiro 24, 2013

Aulas públicas



Eu diria que não há uma grande diferença entre uma aula com 5 alunos e outra com 300. Diria isto porque quando sabemos o que queremos fazer na aula, é um pouco indiferente a quantidade.  É claro que a estratégia conta (e muito), pois se abrirmos um debate com 300 pessoas não podemos pedir a profundidade de um com 5.

Bom, no passado dia 20, eu e o Ricardo Jacinto demos uma aula pública na Gulbenkian com o tema: "o caderno como oficina de excelência".
Terminou com um desafio criado pelas minhas 5 alunas do 12.º ano. 
O feedback foi muito positivo. Todos os que me abordaram no final disseram que ficaram com vontade de experimentar o que apresentámos.

Apesar de ser com 300 pessoas, era bom que todas as aulas fossem assim...

ps. obrigado ao João Moreno pelas fotografias.

terça-feira, janeiro 15, 2013

projeto piloto dezvezesdez



No próximo sábado e domingo acontecem as aulas públicas de um projeto pioneiro em Portugal: artistas e professores juntaram-se sob o aval da Gulbenkian para pensarem e construírem inovações artísticas e pedagógicas nas salas de aula.

É a não perder! Os bilhetes são oferta. Só é levantar a partir de dia 18 de janeiro, próxima quinta feira.

A minha aula pública é no domingo, dia 20, às 15h30. 
O tema é: O caderno como oficina de excelência.

Apareçam!

domingo, janeiro 06, 2013

Família fragata - work in progress


O Nash é meu amigo há anos!
Tem uma história de vida incrível. Até já fiz um filme com ele numa grua...
A Inês é a filha do meio e o Guilherme é o mais velho. Falta desenhar a Susana (mulher) e o Vasco, o filho mais novo.
A Inês é mesmo assim, linda de morrer!

sábado, janeiro 05, 2013

DEZ X DEZ


Neste mês de janeiro o tempo livre é só mesmo aquele que acontece entre as 1h00 e as 6h00 da manhã. O resto é à velocidade de cruzeiro!

Estão todos convidados a aparecerem nos dias 19 e 20 na Gulbenkian. A entrada é livre!

terça-feira, janeiro 01, 2013

2013

Que 2013 seja assim, a depurada seleção poética, a partir do que, na maior parte das vezes, não interessa...

segunda-feira, dezembro 24, 2012

O Natal é como o interior de um livro

Pois é...
Já não contava escrever nada sobre o Natal, mas estava aqui a organizar os desenhos da viagem a Timor em 2009 para preparar a comunicação de dia 26 e teve mesmo de ser...

Tenho recebido muitos mails a desejar boas festas. Eu próprio tenho assinado todos os que escrevo nestes dias com esses votos. Ainda bem que não tenho facebook...
Estou farto desses mails com assinatura de boas festas...

O Natal é como o interior de um livro. 
A capa é dura e protege muito bem o interior que é precioso. Tão precioso que durante anos trabalhámos no duro para a fazer bonita. Tão bonita que uma cor só não chegava, havia que mostrar na capa o mundo colorido e feliz que estava lá dentro. Tão feliz que não havia como esperar por ler e perceber essa mensagem.
O Natal é como o interior de um livro.
A capa este ano é simples e sem adornos. Nua e crua. Verdadeira, autêntica, gasta e sem brilho. Acho que nunca vivi o Natal assim, sem dar importância à capa. 

Este ano o Natal é o interior do livro. Já não há capas que me enganem...

sexta-feira, dezembro 21, 2012

domingo, dezembro 02, 2012

Madalena


A Madalena é nova na escola e se calhar, por isso mesmo, não tirou os olhos do papel enquanto nos desenhávamos...
O exercício era sobre a verdade. Como é que colocamos no papel o que vemos como verdade? A ferramenta que temos treinado desde os 6 anos é insuficiente. A escrita pode descrever, mas sente-se sempre que falta algo. E será que o desenho pode ser um bom auxiliar? Com as suas linhas mais livres que não definem palavras mas imagens? E a cor? Se for bem construída também pode ajudar...

O que é certo é que o exercício de transpor o que vemos (e temos tanta noção de que isso corresponde à verdade), nos leva a perceber que vemos muito mal porque vemos muito rápido. 
É tudo uma grande impressão e quando queremos observar com atenção, descobrimos que andamos a desperdiçar tantos detalhes importantes...

Nesta constatação acontecem duas coisas: espanto e vergonha.
Quem se espanta alegra-se e fica com vontade de continuar a alimentar-se desta visão mais completa do que o rodeia. Depois de saborear os pormenores fica com fome e sede de mais...
Quem se envergonha baixa o olhar e pode ter medo de se confrontar com os limites da percepção visual. Sabe que o puzzle não está completo, mas não tem coragem de ir à procura das peças...

Só há uma solução: continuar sempre sem desistir!

domingo, novembro 18, 2012

Retiro de diários gráficos: Sicília


Itália, Sicília - 21 a 25 de março de 2013

Depois de alguma expectativa, eis que surge o anúncio do próximo retiro de diários gráficos. Será na Sicília, Sul de Itália, no sopé do monte Etna.

O tema central é o de sempre: O espiritual no desenho.
Os subtemas nasceram da fantástica oportunidade do retiro acontecer em Savoca, num antigo mosteiro dos Capuchinhos.

O preço inclui todas as despesas.

As vagas são limitadas, tal como nos anteriores retiros.

Lugares disponíveis: 0 (esgotado)

Esclarecimentos e inscrições para o meu email: linhares.mr@gmail.com

quarta-feira, novembro 14, 2012

estatueta mexicana

A Ketta está a fazer uma edição especial de cadernos para o Museu do Carmo com desenhos na capa. São cinco e cada um tem um desenho diferente.

Este ficou fora da colecção porque não ficou aguarelado a tempo. Nesta terça feira fui lá e terminei as cores. 
Segundo percebi são réplicas de estatuetas mexicanas, feitas para vender aos turistas. Mas agora estão no museu...
Ele há coisas...

terça-feira, novembro 13, 2012

alunas

A Maria Inês está por terminar. Não deu tempo para mais e ficaram só os olhos e parte dos óculos.
A Inês Falcão está com a seriedade de quem está a desenhar. Ficamos sempre com um ar diferente... aqui ela parece mais velha do que é na realidade...

Afonso Gil

O Afonso é um amigo que tem muita facilidade no processo criativo.
Criou a empresa ByAgil e faz padrões incríveis...
Em Fevereiro vai estar na feira de Frankfurt, na secção Talents, uma das mais conceituadas do mundo.

Parabéns Afonso. É um prazer ser teu amigo e poder desenhar-te!

domingo, novembro 11, 2012

múmia


O Museu do Carmo tem três múmias. Duas estão disponíveis para desenhar e outra não.
As que estão disponíveis são duas crianças, uma rapariga e um rapaz. O estado de conservação é incrível e é impossível não as desenhar...

Também é inevitável pensar na morte. Esta ideia de nos preservarmos perante o último suspiro tem sido o grande desafio da humanidade...
Enquanto desenhava, ganhava a certeza que não era mumificado que a minha vida deveria ser lembrada...

quinta-feira, novembro 01, 2012

Conferência | O espiritual no Desenho



No dia 7 de novembro irei fazer a primeira conferência sobre o tema da minha tese de mestrado: O espiritual no desenho, no Museu Arqueológico do Carmo, ali mesmo no coração de Lisboa.

É engraçado como as coisas são. Ainda não consegui terminar a tese embora já tenha tanto trabalho recolhido e textos elaborados. Os novos desafios estão sempre a surgir e parece que a tese vai ganhando corpo até à sua entrega final.

Esta conferência, esta apresentação pública de uma investigação teórica e prática que me diz muito, é mais uma etapa deste processo.

Estão todos convidados a aparecer e ouvir aquilo que têm sido as experiências fantásticas dos retiros de diários gráficos. 


quarta-feira, outubro 31, 2012

Arthur Paiva e Pona


Se repararem com atenção, em várias reportagens da rtp, na parte dos créditos, aparece o nome do Arthur.
Conheci-o através da Patrícia Pedrosa e trabalhei com ele na edição deste documentário.

No fim de semana de 20 e 21 de outubro, quinze anos depois, voltou a desenhar...
E com entusiasmo!

domingo, outubro 28, 2012

bicicleta


Não dão chuva para esta semana e estou indeciso sobre comprar o passe da CP ou não.
É que se fosse só a chuva, acho que não teria dúvidas. O problema é nunca saber quantos dias de greve vão haver. Será que compensa comprar o passe?

A minha brompton está dobrada há alguns dias e queria muito desdobrá-la de novo. 

Cars are so yesterday - ouvi eu no outro dia da boca de uma holandesa...


sábado, outubro 27, 2012

Entranhas


Desenhar as entranhas de alguma coisa é como aceitar ir numa viagem para destino incerto. Sabemos onde começamos, mas não sabemos onde vamos acabar.
Podemos simplesmente deixar-nos ir, sem preocupações de maior, ou, então, observar tudo com muita atenção e registar exaustivamente como se fosse uma garantia de reconhecer o caminho de regresso a casa...

Desenhar as entranhas é como beber um vinho antigo. Tem tanto para contar...
Ainda que não se consiga desenhar tudo...
Ainda que não se consiga beber a garrafa toda...

sexta-feira, outubro 26, 2012

Gulbenkian

Depois de um fim de semana inteiro a desenhar, a segunda feira começou alucinante com uma produtora a gravar a aula em que o Lapin foi falar aos meus alunos. Depois de almoço fomos para a Gulbenkian para gravar umas entrevistas. O programa 10x10 está a andar sobre rodas e sentia-me em piloto automático sem questionar sequer o que se ia fazer a seguir.
Quando dei por mim, estava à espera que o Ricardo Jacinto acabasse a entrevista dele e perguntei-me: por que raio não estou a desenhar? 

Acho que estes dias de chuva me estão a tirar um momento especial, as viagens de comboio. É nelas que costumo fazer essa questão a mim próprio: por que raio não estou a desenhar?

terça-feira, outubro 09, 2012

Bussaco


Quando se passam dois dias inteiros a desenhar acontece uma espécie de overdose de desenho...

Comigo, o normal é que os primeiros corram bem e os últimos sejam uma miséria. O cansaço dá cabo de mim e dos desenhos.
Admiro o Zé Louro que, quando já estamos todos de língua de fora, está ele a dizer: "agora é que já estou quente!"

Deixo aqui o Palace Hotel, mesmo no coração da Mata do Bussaco, feito depois de almoço, com a moleza digna de uma bela comezaina...

terça-feira, outubro 02, 2012

Vintage no diário gráfico

A ideia nasceu e, finalmente, ganhou forma!
Eu e o Lapin vamos orientar um workshop no fantástico museu do Caramulo, onde se encontram alguns dos carros mais antigos e belos de Portugal.
Tudo vai acontecer a 20 e 21 de outubro e há uma tarifa especial no hotel do Caramulo para quem se inscrever no workshop.

Só há 20 vagas, ou melhor, 10, porque já estão inscritas dez pessoas. Despachem-se a decidir...

O programa pode ser visto aqui.

Inscrições por email: diariosgraficos@gmail.com

quinta-feira, setembro 27, 2012

fim de tarde


Ando cheio de trabalho. Espero que o que vou escrever a seguir não seja lido por muita gente pois até pode parecer mal...

O trabalho abunda. Jorra por todo o lado. É impossível escapar-lhe. Vem ter comigo. Parece um íman. Não dá para perceber...

Tudo isto faz com que ande muito mais organizado do que antes. Tenho de aproveitar bem o tempo. Fazer com que renda. Chego a casa e tenho de dar resposta às solicitações que estão pendentes no mail. É incrível como parece que nascem mails como cogumelos na minha inbox...

Eram sete e quarenta e cinco e estava embrenhado a resolver a imagem do próximo workshop que estou a preparar com o Lapin (preparem-se que vai ser de arrombar!), quando me apercebo que havia algo a chamar por mim lá fora no terraço...
... fui chamar a Ketta a correr e ficámos ali a olhar para o palácio da Pena com a linha do horizonte retalhada pela serra de Sintra e o sol a ir-se embora...

Tirei uma fotografia, minimizei tudo o que estava a fazer e vim ao blogue guardar esta memória. Afinal, é para isso que ele serve, para guardar a minha memória...

sexta-feira, setembro 14, 2012

D. Henri Teissier


Fotografia: Ana Paula Xavier


Aconteceu ontem em Lisboa a conferência de D. Henri Teissier.
Homem sábio nas palavras.
Foi uma delícia ouvi-lo e desenhá-lo.

sábado, setembro 08, 2012

Christophe Lebreton

Na Argélia, um monge trapista fez um diário enquanto viveu entre a comunidade muçulmana. Escrevia todos os dias pequenas acasos, ligações entre pessoas e as meditações dele.
Christophe Lebreton era o responsável pela parte agrícola do mosteiro e, por isso mesmo, tinha vários amigos muçulmanos com quem trocava ideias sobre o cultivo e outras reflexões.
Raptado com grande parte da sua comunidade, acabou por ser morto por extremistas islâmicos.

O seu diário foi mote de inspiração para Henri Teissier, bispo de Argel, que fez uma selecção e destacou excertos comentado-os e enriquecendo-os.

A edição portuguesa está pronta e vale mesmo a pena. O prefácio é do P. Tolentino Mendonça e, no dia 13, há a oportunidade de ver o filme: "dos deuses e dos homens", seguido da conferência e apresentação do livro. Acontece tudo na sala do Montepio - Rua do Ouro, 219.

Dia 13 de Setembro
16h30 - projecção do filme
18h30 - conferência de Henri Tessier


Da minha parte, pediram-me para fazer a capa do livro. Depois de o ler, optei por desenhar parte da pequena oliveira que temos aqui em casa. A ligação à agricultura tinha de existir, não só através do desenho, mas também pela cor. O castanho avermelhado remete para a cor da terra e para o sangue do martírio.
O desenho tinha de estar inacabado, porque a vida do Christophe também ficou inacabada. O ramo da oliveira tem folhas novas e fruto, porque este livro torna a vida dele mais imortal, possibilita-nos entrar no seu mundo e reflexões.
Este primeiro desenho é o original que deu origem à capa do livro (em baixo).



Para quem não está em Lisboa, Henri Teissier irá estar nos seguintes locais:

15 de Setembro - Fátima - 9h15 (jornadas missionárias)
17 de Setembro - Ermesinde - 21h00 (fórum cultural de Ermesinde)
18 de Setembro - Porto - 21h30 (auditório da Universidade Católica do Porto)
19 de Setembro - Braga - 21h00 (auditório Vita)

segunda-feira, agosto 13, 2012

Manta de retalhos

Este é um dos exercícios que gosto mais de fazer, sobretudo quando tenho cadernos grandes para desenhar e acho que é nos períodos grandes da nossa vida que este tipo de acontecimentos tem mais propensão para acontecer. Os assuntos misturam-se, encadeiam-se e, quando nos damos conta, fazem parte de um todo, mesmo que sejam como ilhas.

É como me sinto neste momento. Num período de paragem, mas com demasiados de assuntos cruzados.
Eles entusiasmam-me, mas fazem-me dormir menos...
Eles dão-me energia e vontade, mas fazem-me deixar tanta coisa para trás...
Eles fazem-me pensar que vale a pena viver, mas só consigo fazer um de cada vez...

Tantos livros para ler e uma só vida - como disse o Almada...

E as férias são apenas um dos temas deste período...

domingo, agosto 05, 2012

Largo Camões

Acho que estou a meter a casa em ordem.
Este desenho ainda é do último workshop que o Claudio Patanè fez em Lisboa...

sábado, agosto 04, 2012

Citlali

Na semana passada encontrei-me com a Citlali (com pronúncia francesa lê-se: Citl'âlí). De origem mexicana e nome ancestral, vive em França, e trabalha no mundo artístico da música com uns amigos. Também desenha e viaja. Auto publica depois os seus desenhos em livros encadernados por ela.
De passagem por Lisboa, contactou-me e marcámos uma tarde para desenhar juntos. Fiz duas tentativas para a desenhar e embora ache que exista algo dela nos dois desenhos, a verdade é que nenhum deles me satisfaz...
... mas o desenho é isto mesmo: há sempre algo nele que nos fascina...

Deixo aqui também o blog dela.

quinta-feira, agosto 02, 2012

Zé Louro


No dia 22 de julho, em Sintra, houve oportunidade de fazer este desenho do Zé Louro
A página começou com um desenho da Manuela Rolão, mas depois ela foi-se embora e o Zé acabou por prevalecer.

Desafiados pelo Richard Câmara, hoje à noite vamos comer uns pregos na "melhor" cervejaria de Lisboa!

sexta-feira, julho 20, 2012

Diário Gráfico: Portugal

Desde dia 16 que tenho estado em residência artística na Gulbenkian com o projecto 10x10. Como acaba só amanhã não vou conseguir ir ao encontro de diários gráficos para desenhar os Tall Ships, mas apareço por lá a partir das 19h00.

No primeiro dia houve, como não podia deixar de ser, o clássico momento de apresentação. Propus-me desenhar as pessoas enquanto elas falavam. O Miguel, por exemplo, falou tão rápido que teve mesmo de ficar inacabado...

domingo, julho 15, 2012

Diário Gráfico: Portugal

Desde que vi os cadernos de viagem do Stefano Faravelli que fiquei com vontade de experimentar canetas de cores diferentes.
Ando com uma castanha e a minha querida Pilot 0.4 preta...

sábado, julho 07, 2012

Diário Gráfico: Portugal

No passado dia 1 de julho estive 4 horas e meia nos Jerónimos.
Cheguei ao CCB pelas duas e meia e já lá estava a Estela à nossa espera, minha e da Ketta. Entre ir tomar um café e ir logo para os Jerónimos, optámos por nos colocar a caminho, já que o grande momento ia começar às quatro e aquilo prometia encher. Lugares já não havia, pelo que deambulámos um pouco por ali e acabámos por nos sentar o mais à frente possível, no chão e encostados à parede do lado direito. Instalados, tirei o caderno e comecei à procura do que desenhar. Tenho tempo, há que escolher bem - pensei enquanto chegava cada vez mais gente e se amontoava tudo lá à frente...
Vou desenhar o teto. O mistério do que vai acontecer aqui merece uma aventura complexa da caneta pela página branca.

No dia 1 de julho, o Nuno Branco foi ordenado padre.
Assim que a aventura começou, fechei o caderno e segui atento as três horas de missa.
Não me atrevi a desenhar... é que há coisas que mais vale estarmos quietos. Não fazemos nada, não pensamos nada, não dizemos nada. Estamos só ali, sem fazer nada porque está tudo a acontecer...

No final, já com dores nas pernas fomos embora sem lhe dizer nada...
Mas não será nada.
Vamos ter muito que falar e desenhar juntos!

Diário Gráfico: Portugal


Nos workshops da Nextart, gosto sempre de dar uma aula sobre retrato. Além de ser um dos temas que gosto mais, dá-me a oportunidade de desenhar algumas das pessoas que estão ali comigo. Neste caso foi o Pedro.

O Pedro chegava quase sempre atrasado, mas era aplicado e concentrado. Estava lá porque, após um interregno de muitos anos, voltou a querer desenhar. A arte é assim. Está sempre em nós e mais tarde ou mais cedo acaba sempre por reclamar o seu lugar na nossa vida...