Nesta terra castanha pousam-se colchões de espessura tão fina que nem percebo como ainda resistem...
Este é o quarto dos filhos mais novos da Safi. No colchão branco dorme o Idrissa, único rapaz da família que deve ter 13 ou 14 anos. No colchão que tem uma manta aos quadrados brancos e vermelhos, dormem a Cadijia, a Franca e a Aissato.
Quando no documentário surge a Aissato no Hospital porque um bicho branco lhe tinha entrado no dedo, toda essa situação parece tão irreal que não se percebe como pode acontecer. Ao ver esta imagem talvez se perceba melhor como três crianças a dormirem juntas no mesmo colchão (que está no chão) ficam sempre sujeitas a situações dessas ou piores...
O mais surpreendente no meio de tudo isto é a alegria das crianças quando estão connosco. A forma como se riem para nós, como parece que tudo aquilo que têm é suficiente...
Uma das memórias visuais mais bonitas que tenho de Empada é a alegria das crianças quando nos viam a aproximar da casa delas... parece incrível, mas a nossa presença ali bastava para transformar alguma coisa. Não era precisa nada de especial, apenas o nosso tempo dedicado a elas...
Não é o tempo o ouro do futuro?
1 comentário:
E apesar de toda esta situação, fomos convidados a entrar na casa da Safi, sentar na varanda (porque não há mesas) e partilhar o "mata-bicho" (pequeno-almoço)...
Passei algumas tardes sentada na varanda da Safi. Não fazia nada, não tirava fotografias e nem desenhava. Apenas sentava e observava quem estivesse à minha volta...normalmente eram as crianças... normalmente era a Aissato ou a Cadijia...
A Safi fazia-me sempre companhia... não conversávamos muito... e ficávamos assim até me ir embora...
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