Há uma certa vantagem em estar constantemente atrasado na publicação de desenhos. De alguma forma, eles ficam no caderno a ganhar corpo, longe da vista, e a deixar que as memórias mais insignificantes se apaguem lentamente...
Depois, quando abrimos o caderno, parece que um mundo novo se revela e apenas as memórias boas vêm ao de cima.
Liverpool, há cinco meses atrás.
Edifício simétrico bem ao estilo neoclássico, mas ficou a meio no meu caderno. Não houve tempo...
Liverpool, no mesmo dia.
Docas.
Sentei-me para beber um café. Paguei um balúrdio.
A escultura equestre de Eduardo VII ficou assim de costas para o majestoso edifício do Porto de Liverpool.
Desenho muito rápido. Não havia tempo...
5 de agosto de 2016: o mesmo dia de há cinco meses atrás.
Edifício maravilhoso, bem arrojado.
Entrei e perdi-me a visitar a história da cidade.
Desenhei rapidamente o esqueleto deste alce. Não houve tempo para mais...
E é assim que começo os posts de 2017: com desenhos do passado (são todos) e sem tempo nenhum.
Mas é assim que quero 2017 para mim: desenhos de momentos que teimam em escapar-me e sem tempo nenhum para os fazer.
Porque parar é morrer, aprendi eu com o meu avô.
Há que tentar que a areia não me escape tanto por entre os dedos.
Chegou um grande ano!