Filas e filas de pessoas esperam a sua vez para entrar nas Galerias Uffizi.
A observar essa multidão de gente a querer ver arte em abundância, sobretudo da Idade Média e do Renascimento, estão estas esculturas de homenagem aos grandes mestres que trabalharam em Florença. Que loucura deve ter sido viver nessa época.
Mas pergunto-me, não é também uma agitação viver nesta?
A História da Humanidade esmaga-me...
A minha querida professora de História da Arte da FBAUL, Maria João Ortigão, disse uma vez na aula algo que nunca mais me esqueci:
No Renascimento, Florença era uma das cidades mais perigosas da Europa. Haviam muitos crimes na rua. Os Médici construíram passagens secretas para correrem menos riscos de vida. E onde estavam os maiores artistas da época (e mais tarde, do mundo)? Ali mesmo! O risco é o que nos dá um lugar na História.
E depois foi mais longe:
O que nos deixou Florença com todo o seu perigo? O Renascimento e um berço de artistas que revolucionaram a Arte
O que nos deixou a Suíça com a sua posição sempre isenta? Chocolates e canivetes.
Não tenho nada contra a Suíça, como é óbvio, mas acho a comparação muito conseguida!
Neste desenho do Palazzo Vecchio, revivi as suas palavras sobre uma Florença cheia de arte nas ruas, onde a cidade museu se impunha com orgulho.
Tenho saudades das aulas dela.
Tenho também saudades de estudar e de aprender com os grandes professores.