Retomando a reportagem desenhada em Timor-Leste:
Escrevi assim no meu caderno, o resumo da conversa com o bispo de Baucau:
2º encontro do imc, agora com o bispo d. Basílio, administrador apostólico de Díli e bispo de Baucau. Muito simpático, bem disposto e com muita clarividência. Sabe o que quer para a igreja timorense e, sobretudo, para as pessoas. Foi muito curioso ouvir que o território de fronteira em Timor é mesmo a capital, com tanta gente que vem à procura de uma vida melhor e de tantas empresas turísticas e de construção a instalarem-se...
Gosto especialmente deste segundo desenho. Começou com a vista panorâmica feita a partir da capela em Tasi Tolo (três lagos) onde, em 1989, o papa João Paulo II celebrou Eucaristia quando visitou Díli durante a ocupação da Indonésia. Contou-nos um padre franciscano que, durante a homilia, João Paulo II percebeu que alguém tinha trocado o papel onde ele tinha preparado o que queria dizer aos timorenses. Não se sabe ainda como isso aconteceu, nem quem o terá feito, embora se desconfie dos serviços secretos indonésios. Quando começou a ler, deu-se conta que aquelas palavras não eram as dele... Sem dar nas vistas, dobrou o papel e começou a falar de improviso, para que as palavras fossem as certas!
Depois as reuniões continuaram e fomos visitar as irmãs Canossianas (as primeiras a chegar a Timor). Pensámos que estávamos a falar com a ir. Elisa, mas percebemos mais tarde que tinha sido a superiora delas a receber-nos: ir. Guilhermina Marçal.
- Têm de ir falar com o P. Virgílio Silva, dos Salesianos. - dizia-nos a Rosalina Dias, madrinha da Ketta e gestora do Centro Juvenil Padre António Vieira (um dos melhores locais para alguém se alojar, mesmo!), onde ficámos a dormir.
- Sim, falar com um Salesiano era bom, porque tem a experiência das escolas. - respondeu logo o P. Pedro Louro.
Fomos então. Homem muito simples, recebeu-nos quase de surpresa de muito bom grado. Falou-nos da história dos Salesianos em Timor-Leste, dos desafios que têm pela frente e da relação excelente com os padres da Indonésia. Em janeiro passado, soubemos que o papa Francisco o tinha nomeado Bispo de Díli! Excelente homem. Dará um bom bispo, de certeza.
Depois foi a vez de falarmos com os jesuítas timorenses.
Trabalham em Timor desde finais do séc. XIX e o superior da região disponibilizou-se a falar connosco. Homens sábios os jesuítas, sempre. O P. Joaquim Sarmento é disso mesmo um exemplo: simples, inteligente, humilde e de bom humor. A conversa estava tão boa que o desenho ficou assim mesmo. Fechei o caderno e perdi-me nas delícias da conversa...