
Ficaremos no seminário de S. José, mesmo em frente ao Paço Ducal, onde está esta escultura equestre de D. João IV, tão apetecível como difícil de desenhar. Este desenho demorou-me 25 minutos a fazer. Podia ter continuado, é certo, mas estava calor e apetecia-me ir desenhar outra coisa. Desde que ouvi a resposta do Eduardo Salavisa à pergunta "como é que escolhe o que desenha?", que fiquei mais descontraído em abandonar os desenhos quando começo a ficar cansado. É que às vezes custa ficar em pé, ao sol, à chuva, ao frio, no chão. Desenhar implica perseverança e fidelidade e isso nem sempre é fácil. Por isso é que "desenho o que me apetece", enquanto me apetece...
Por isso é que estou tão entusiasmado em passar 3 dias a desenhar. As escolhas e decisões serão sempre à volta do desenho, sem mais nada para ocupar a mente.
Retirarmo-nos do nosso quotidiano e entrar num mundo à parte por 3 dias é sempre algo especial... é sempre um exercício espiritual...
E não é isso que acontece no nosso dia-a-dia? Saímos de nossa casa rumo ao mundo do trabalho, dos estudos, ou de outra qualquer realidade. De um mundo para o outro e não tenho a certeza de qual tem mais valor. Se o local de partida, se o de chegada, ou o percurso entre os dois. O acaso e as possibilidades acontecem em todo o lado. Basta estarmos atentos! E termos o diário gráfico para os registar...