Uma ponte é uma das obras mais geniais da humanidade.
Perante um obstáculo difícil de ultrapassar, fazemos pontes.
Não lutamos contra as correntes do rio. Nem sequer precisamos ensopar-nos. Passamos por cima!
Mas há quem não goste de fazer pontes. Prefere ir pelo caminho mais difícil e provar que sozinho tem mais força que a corrente do rio.
A ponte é característica de excelência do diplomata.
Se há um rio a dividir-nos, um rio que leva os argumentos com a mesma força que leva a água, a ponte é o sinal de inteligência que encontra os melhores pontos comuns entre um lado e outro para nos entendermos.
Embora tudo isto seja evidente, a verdade é que quando olho para esta Ponte Vecchio em Florença e a vejo cheia de pequenas construções e casinhas de comércio, dou-me conta que ela tem ainda mais significado do que imaginava. Tem sobre ela aquilo que nos caracteriza de um lado e do outro: algo que construímos para nos abrigarmos. Esta ponte deixa assente que só podem existir pontes pelo que nos une e nunca pelo que divide.
Engraçado como o desenho também serve de ponte. Coloca-nos a falar com desconhecidos. Levanta a curiosidade de crianças e adultos. Estabelece um contacto inesperado e fácil onde parecia existir um oceano a separar-nos. O caderno como ponte poderia ser um bom tema de dissertação...