No dia 1 de Agosto fomos pescar com as mulheres de Empada. Os meus pés entraram no lodo e rasgaram-se quando se encontraram com as conchas do fundo e caranguejos à superfície.
À noite fiz este vídeo sobre o dia...
____________________________________________________________________
À noite fiz este vídeo sobre o dia...
____________________________________________________________________
On the August 1st, we went fishing with the women of Empada. As my feet entered the mud they tore as they touched the shells at the bottom and the crabs at the surface.
At night, I made this video about that day…
3 comentários:
Testemunho incrivel. É através destas palavras que se percebe a intensidade de que cada momento é revestido. E como bem disse, "Quem vê nao percebe o que é estar ali".
Seria muito bom que determinadas pessoas passassem por experiências como estas para que pudessem olhar para estas comunidades com "outros olhos".
Mulheres como estas que pescam para poder comer e que enfrentam as dificuldades que daí advêm são umas verdadeiras guerreiras. Tenho acerteza que muitos de nós não aguentaríamos um quarto do que elas passam diariamente. Admiro-as, enquanto pessoas que são e que representam a realidade do mundo em que vivemos(repleto de contrastes).
De longe, eu e a Irmã Franca observávamos aquele cenário. A Patrícia com a câmara de filmar nos braços, o Mário com a máquina fotográfica no pescoço e a Irmã Anistalda de saia. Todos no meio do lodo, com o cuidado de não caírem e de captarem tudo! Enquanto isso, as mulheres de Empada riam. Achavam uma piada enorme ver três europeus no meio do lodo que conversavam, riam, tiravam fotografias, filmavam, analisavam as redes, viam os peixes… faziam tudo menos pescar!
Lembro-me que quando regressávamos a casa (viemos sozinhos, enquanto as mulheres ficaram no rio), o Mário, a Patrícia e a Irmã Anistalda começaram a queixar-se dos pés… E lembrámo-nos dos pés daquelas mulheres que só iriam regressar a casa à noitinha, e o primeiro pensamento foi de que os pés delas já estavam habituados ao lodo…
…
No dia seguinte encontrámos a Helena. O Mário contou-lhe que doíam bastante os pés e que estavam cheios de feridas! A Helena (sempre a rir) respondeu: “Também a mim me doem os pés. Sempre que vamos à pesca fico com os pés magoados, mas quando não vamos à pesca não temos o que comer.”
Concordo contigo Cristiana. Ir a África muda mesmo a nossa forma de ver, olhar, interpretar... digo mais, ir a África muda-nos o ser...
.
De facto eu também fiquei surpreendido quando percebi que os pés da Helena estavam com cortes iguais aos meus. Pensei que a minha pele seria diferente e claramente mais fraca, mas afinal somos iguais...
... mais iguais do que imaginei...
Enviar um comentário